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SOJA – A importância do Vazio Sanitário


Antonio Mauro Rodrigues Cadorin
A cultura da soja é considerada na atualidade a base da economia do agronegócio Brasileiro e muito especialmente do estado do Mato Grosso graças ao potencial de solo, clima e tecnologias desenvolvidas para esta cultura. Levando assim o Brasil a uma posição de destaque no mercado internacional desta oleaginosa, que recentemente reforçou a sua importância não somente pela matéria prima destinada a produção de alimentos, mas também inserida no programa de agroenergia da qual é responsável por mais de 80 % da produção de biodiesel no Brasil.
Dentre os problemas recentes que tivemos com a cultura destaca-se a Ferrugem Asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd.) doença de natureza fúngica que levou a severas perdas na lavoura de soja bem como a elevação de custos pela aplicação de agrotóxicos (fungicidas) em alguns casos até mais de quatro aplicações por safra.
Dentro da visão de uma agricultura sustentável o manejo integrado de doenças é a alternativa que devemos lançar mão com vistas a sua eficiência e ao retorno social, ambiental e econômico. Sendo assim e pelo conhecimento da ecologia do fungo causador da Ferrugem em Soja que é do tipo ”biotrófico”, ou seja, necessita da planta viva para sobreviver e completar seu ciclo vital. Fundamentado neste conhecimento é que foi instituído o Vazio Sanitário, que é o período obrigatório de ausência total de plantas vivas de soja no caso do MT este período compreende 15 de junho a 15 de setembro. Pois o fungo da ferrugem além de ser do tipo biotrófico é bastante leve e seu principal meio de dispersão são as correntes aéreas (vento) e as nossas principais fontes de inóculos eram efetivamente as lavoura de soja na entressafra (soja irrigada), plantas guaxas (voluntárias, gaudérias ou tigüeras) e também as lavouras de países visinhos, especialmente da Bolívia e o Paraguai.
Em Mato Grosso a INSTRUÇÃO NORMATIVA N.º 001 / 2006. Expedida pela SECRETÁRIA DE ESTADO DE DESENVOLVIMENTO RURAL (setembro de 2006) que oficializa a importância do vazio sanitário estabelece no.Art. 1º. Instituir o “Programa de Prevenção e controle da ferrugem asiática no Estado de Mato Grosso”. Art. 2º. Criar o cadastro estadual de produtor de soja e de “sistema de irrigação” com potencial de produzir soja irrigada. Art 3º. Tornar obrigatório o “cadastramento anual do produtor de soja” de plantio convencional e de “sistema de irrigação” com potencial de produzir soja irrigada, do Estado de Mato Grosso junto ao INDEA/MT.
O sucesso desta prática e os seus efeitos benéficos na cultura de soja com a redução da doença ferrugem asiática da soja e conseqüente diminuição de custos de produção e incrementos no rendimento é devido ao alto grau de consciência do produtor de soja. Que deve continuar em estado de alerta a partir deste momento quando então vamos para mais um período de entressafra e vazio sanitário muito especialmente para plantas de soja “guaxa” resultantes de grãos/sementes dispersos na colheita e pós-colheita, dentro e fora da propriedade, notadamente nas bordas de caminhos, estradas e rodovias.

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