Milho recua na B3 e em Chicago
Na B3, os contratos futuros encerraram em queda generalizada
Agrolink
- Leonardo Gottems

O milho fechou em baixa nesta segunda-feira, pressionado pela redução temporária de impostos sobre exportações na Argentina e pela colheita nos Estados Unidos. Segundo a TF Agroeconômica, a medida argentina, que suspende a cobrança das Retenciones de 9,5% sobre o milho, amplia a competitividade do cereal vizinho frente ao produto brasileiro, inclusive com possibilidade de preços mais baixos em alguns estados.
Na B3, os contratos futuros encerraram em queda generalizada. O vencimento de novembro/25 fechou a R$ 66,57/saca, recuo de R$ 0,77 no dia; janeiro/26 terminou em R$ 69,27/saca, queda de R$ 0,77; e março/26 encerrou a R$ 72,40/saca, baixa de R$ 0,79. Já em Chicago, o contrato de dezembro caiu 0,53%, cotado a US$ 421,75/bushel, enquanto março recuou 0,57%, para US$ 438,75/bushel. A pressão veio da colheita americana, estimada entre 10% e 13% da safra, e do aumento da concorrência sul-americana.
No mercado físico brasileiro, os preços seguem firmes, de acordo com levantamento do Cepea. Vendedores se mostram cautelosos, ofertando volumes menores e a preços mais altos. Na parcial de setembro, até o dia 18, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) registrava média de R$ 64,92/saca de 60 kg, o maior patamar em três meses. Apesar da dificuldade de exportação frente ao milho argentino e americano, os embarques nacionais ganharam ritmo neste mês, com 3,05 milhões de toneladas enviadas nos dez primeiros dias úteis, praticamente metade de todo o volume exportado em setembro de 2024.
A combinação entre maior oferta argentina, avanço da colheita americana e a firmeza no mercado doméstico cria um cenário desafiador para a competitividade do milho brasileiro no mercado internacional. Mesmo assim, a demanda externa continua atuando como fator de sustentação, com destaque para uma venda robusta dos EUA para o México e embarques semanais de 1,3 milhão de toneladas.