Soja: Cuidado com a euforia
Para o mercado brasileiro, a tendência é de queda
                                            
                                                Agrolink
                                                    - Leonardo Gottems
                                            
                                        
                                        
                                            
                                    
                                
                                                Para o mercado brasileiro, a tendência é de queda  - Foto: Divulgação
                    Segundo análise da TF Agroeconômica, a recente alta de até 10% nas cotações da soja em Chicago, impulsionada pela expectativa de retomada das compras chinesas de soja norte-americana, deve ser vista com cautela. A consultoria alerta que o mercado só acreditará na efetividade do acordo entre Estados Unidos e China quando houver confirmações oficiais de vendas e, principalmente, de embarques realizados.
Entre os fatores que limitam o otimismo, a TF destaca a suspensão da divulgação de dados oficiais americanos devido à paralisação do governo, o intervalo de até 60 dias entre negócios e embarques, e o fato de que os volumes anunciados por Pequim são apenas uma retomada da média histórica, sem incremento relevante, cerca de 25 milhões de toneladas por ano, abaixo da média de 28,7 milhões. Assim, a consultoria considera improvável que as cotações ultrapassem os atuais níveis próximos de US$ 11/bushel, o maior em quatro anos.
Para o mercado brasileiro, a tendência é de queda nos preços quando a colheita recorde, estimada entre 177 e 180 milhões de toneladas, avançar em janeiro e fevereiro, aumentando a oferta interna. Mesmo com margens de lucro baixas, em torno de 10%, a TF Agroeconômica recomenda aos produtores que aproveitem o momento e realizem lucros enquanto o mercado ainda oferece boas oportunidades, lembrando que já havia indicado a venda em momentos anteriores, quando os preços estavam mais altos.
A consultoria reforça que, se confirmada a normalização das compras chinesas e a safra recorde no Brasil, o cenário provável é de queda dos preços internos para perto de R$ 100 por saca, patamar que pode representar prejuízo real aos produtores. Assim, a recomendação central da TF é clara: evitar esperar por altas adicionais e garantir agora o lucro disponível.