Trigo em baixa, soja volátil e milho em leve alta

Os mercados agrícolas internacionais começaram esta terça-feira com tendências mistas, refletindo fatores climáticos, políticos e logísticos. Segundo informações da TF Agroeconômica, o trigo nos EUA opera em leve baixa, próximo às mínimas de cinco anos. A oferta global abundante e o início da colheita no Hemisfério Sul pressionam os preços. Licitações recentes da Jordânia e da Argélia não foram suficientes para reverter a tendência. No Brasil, o início da colheita no Rio Grande do Sul trouxe novas compras, enquanto no Paraná a garantia de trigo de qualidade transmite segurança aos compradores, equilibrando o mercado.

A soja registra volatilidade, impulsionada mais por expectativas políticas do que por fundamentos de mercado. Declarações de Donald Trump sobre possíveis negociações comerciais com a China trouxeram momentos de otimismo, mas rumores de cancelamento de encontros e a queda nos preços do óleo de soja e do petróleo geram cautela. Na China, a moagem semanal apresentou forte recuperação, e os estoques portuários permanecem estáveis, embora o congestionamento nos portos e a baixa do Rio Mississippi aumentem custos logísticos e incertezas para a próxima temporada. No Brasil, a Grão Direto lançou o Índice FOB Soja de Santos, refletindo preços reais praticados no porto.

O milho opera em leve alta em Chicago, sustentado pelo ritmo lento de vendas dos produtores diante de uma colheita recorde. No Brasil, a grande disponibilidade e as dificuldades de exportação pressionam os preços, como mostram os dados do CEPEA. Clima seco no Centro-Oeste americano acelera o avanço da colheita, limitando a recuperação dos preços.