CI

Adubo - Micronutrientes

Leia sobre as principais características dos micronutrientes



Índice de conteúdos - clique para navegar

O que são micronutrientes
Dinâmica de micronutrientes
Fertilizantes com micronutrientes
Micronutrientes essenciais

       - Boro
       - Cloro
       - Cobre
       - Ferro
       - Manganês
       - Molibdênio
       - Zinco
Micronutrientes benéficos

      - Cobalto
      - Silício
      - Níquel
      - Selênio
 

 

O que são micronutrientes

Os Micronutrientes são aqueles utilizados pelas plantas em pequenas quantidades, o que não significa que tenham menor importância, pois os nutrientes de forma geral são insubstituíveis e indispensáveis para a planta completar seu ciclo. Assim, sua falta pode acarretar grandes perdas na produtividade. O zinco (Zn), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), boro (B) e cloro (Cl) são os elementos considerados micronutrientes essenciais, ou seja, são estritamente necessários para o desenvolvimento e reprodução das plantas, sendo fundamentais para a planta completar seu ciclo vital. Outros elementos, como o Cloro (Cl), cobalto (Co), silício (Si) e níquel (Ni), são considerados benéficos, ou seja, são importantes no crescimento e desenvolvimento, porém, sua falta não é fator limitante.

Os micronutrientes ocorrem em teores muito baixos no solo e a quantidade total varia com o material de origem e o grau de intemperização dos solos. Solos derivados de basalto são mais ricos em micronutrientes, que os derivados de arenitos. 

A disponibilidade dos micronutrientes para as plantas é influenciada pelas características do solo, como à textura e mineralogia, teor de matéria orgânica, umidade, pH, condições de oxi-redução e interação entre nutrientes. O entendimento da dinâmica dos micronutrientes nos diferentes tipos de solo e do requerimento pelas culturas, definição de doses, fontes e estratégias de fornecimento de micronutrientes, adequadas às condições locais, são passos fundamentais para maior produtividade das lavouras e uso eficiente de insumos.

Ao final dessa página você encontra informações sobre os produtos fertilizantes para micronutrientes.

 

Tabela 1. Relação entre o processo de contato (forma de absorção) e a localização dos fertilizantes.
  Processo de contato    
Elemento Interceptação Fluxo de massa Difusão Aplicação do adubo Condição para deficiência
  % do total    
Boro 3 97 0 Distante, em cobertura (parte) pH baixo
Mo 5 95 0 Cobertura pH baixo
Cu* 15 5 80 Próximo das raízes pH elevado
Fe* 40 10 50 Próximo das raízes pH elevado
Mn* 15 5 80 Próximo das raízes pH elevado
Zn* 20 20 60 Próximo das raízes pH elevado

*Aplicação foliar / Aplicação em mudas
Fonte: Malavolta et al. (1997)

 

Fontes: A quantidade total de micronutrientes no solo varia com o material de origem e o grau de intemperização dos solos. Solos derivados de basalto são mais ricos em micronutrientes, especialmente em Mn, Fe e Zn, do que os de arenitos e sedimentos orgânicos.

 

 

Dinâmica de micronutrientes

A disponibilidade dos micronutrientes para as plantas é influenciada pelas características do solo, como à textura e mineralogia, teor de matéria orgânica, umidade, pH, condições de oxi-redução e interação entre nutrientes causando uma dinâmica complexa no solo. O cobre, ferro, manganês e zinco em solução apresentam-se na forma de cátions, tornando-se insolúveis com a elevação do pH do solo, boro, enquanto que o cloro e molibdênio comportam-se como ânions.

O Cu e Zn são fortemente adsorvidos aos coloides inorgânicos do solo e formam complexos com a matéria orgânica. O Fe e Mn podem passar para diferentes formas de solubilidades nos solos, sendo que os ciclos de umedecimento e secagem do solo e a atividade biológica interferem na disponibilidade desses micronutrientes. Solos arenosos e pobres em matéria orgânica são mais propensos às deficiências de micronutrientes pois, além de não disporem de uma fonte que é a matéria orgânica, a lixiviação é facilitada pela falta de cargas elétricas que permitiriam a retenção dos micronutrientes adicionados via adubação. 

O Mo, na forma de molibdato, é adsorvido aos coloides da solução do solo, sendo mais retidos, em condições de alta acidez do solo. Logo, a calagem, ao elevar o pH, favorece o aumento da disponibilidade. Já o Mn é disponível em solos ácidos. Ao diminuir a disponibilidade de Mn, a calagem evita um problema comum nos solos ácidos, que é a toxicidade do elemento às plantas. Calagens excessivas, entretanto, podem indisponibilizar alguns micronutrientes.

À medida que o pH do solo aumenta, diminui a disponibilidade dos micronutrientes catiônicos (Zn, Cu, Fe, Mn, Co) por causar a precipitação na forma de óxidos, enquanto que aumenta a Mo e do Cl, que estão na forma de ânions.

 

Fertilizantes com micronutrientes

A aplicação de micronutrientes pode ser feita via solo, incorporados às misturas granuladas, fertilizantes granulados e fertilizantes simples, como revestimento dos fertilizantes NPK, em aplicações via adubação fluida e fertirrigação, via adubação foliar, pelo tratamento das sementes ou pela aplicação em raízes e mudas.

A legislação brasileira de fertilizantes define os produtos que são considerados fontes de micronutrientes e suas respectivas garantias mínimas.

Destas fontes, algumas são solúveis em água, como os quelatos, nitratos, sulfatos e cloretos, enquanto outras são insolúveis, mas disponibilizam os micronutrientes às plantas quando aplicadas ao solo, como no caso dos carbonatos, fosfatos, óxidos, fritas e outras.

Existe uma ampla variedade de produtos com micronutrientes disponíveis no mercado. As fontes inorgânicas podem ser solúveis ou insolúveis em água. A solubilidade em água é um dos fatores que determina a eficiência agronômica em curto prazo para aplicações localizadas em sulco.
 

Tabela 1. Fontes inorgânicas de micronutrientes.
Elemento / produto Concentração do elemento (%) Solubilidade em água (g/L)
Boro
Ácido bórico (H3BO3) 17 63
Bórax (Na2B4O7.10H2O) 11 20
Borato 46 (Na2B4O7.5H2O) 14 226
Borato 65 (Na2B4O7) 20 10
Solubor (Na2B4O7.5H2O) 20 -
Cobre
Sulfato de cobre (CuSO4.5H2O) 25 316
Óxido de cobre (CuO) 75 Insolúvel
Ferro
Sulfato ferroso (FeSO4.7H2O) 19 156
Sulfato férrico [Fe2(SO4)3.9H2O] 23 4400
Manganês
Sulfato manganoso (MnSO4.3H2O) 26-28 742
Óxido manganoso (MnO) 41-68 Insolúvel
Molibdênio
Molibdato de amônio [(NH4)6Mo7O24.4H2O] 54 430
Molibdato de sódio (Na2SO4.7H2O) 39 562
Óxido de molibdênio (MoO3) 66 1
Zinco
Sulfato de zinco (ZnSo4.7H2O) 23 965
Óxido de zinco (ZnO) 78 Insolúvel

Fonte: adaptado de Abreu et al. (2007)

Se você quiser ver outros fertilizantes que possuem micronutrientes na sua composição, clique aq

Outra fonte de micronutrientes são os quelatos, que podem ser aplicados nas folhas ou no solo. Como quelatos sintéticos temos o EDTA, NTA, ácido cítrico, DTPA dentre outros. Estes produtos têm como vantagem uma eficiência 2 a 5 vezes maior do que fontes inorgânicas quando aplicados no solo, porém, seu custo é mais caro.
Também temos os chamados FTE (fritted trace elements), chamados também de “fritas”, que são produtos obtidos pela fusão de silicatos ou fosfatos com uma ou mais fontes de micronutrientes. Estes produtos são insolúveis, neutros, não higroscópicos que podem ser misturados com outros fertilizantes sem problemas de incompatibilidade química, e com efeito residual por não ser lixiviado no solo, porém, não existem muitas pesquisas científicas que comprovem todas estas vantagens. Estes produtos devem ser aplicados principalmente na forma de pó fino e incorporados ao solo. Quanto maior o tamanho das partículas, mais lenta a liberação dos micronutrientes. Abaixo temos alguns exemplos com as respectivas concentrações em porcentagem dos micronutrientes:
 

Tabela 2. Concentração de micronutrientes em alguns fertilizantes FTE
Fritas B Co Cu Fe Mn Mo Zn
FTE BR-8 2,50 - 1,00 5,00 10,00 0,10 7,0
FTE BR-9 2,00 - 0,80 6,00 3,00 0,10 6,00
FTE BR-10 2,50 0,10 1,00 4,00 4,00 0,10 7,00
FTE BR-12 1,80 - 0,80 3,00 2,00 0,10 9,00
BR-12 EXTRA 2.50 - 1.00 3.00 3.00 0.10 15.00
FTE BR-13 1,50 - 2,00 2,00 2,00 0,10 7,00
FTE BR-15 2,80 - 0,80 - - 0,10 8,00
FTE BR-16 1,50 - 3,50 - - 0,40 3,50
FTE BR-24 3,60 - 1,60 6,00 4,00 0,20 18,00

 

Também podemos encontrar micronutrientes em elementos como calcário, gesso ou alguns fertilizantes como superfosfato:
 

Tabela 3. Conteúdo médio de micronutrientes em calcário, gesso e alguns fertilizantes fosfatados.
Elemento Calcário Gesso DAP MAP SFS SFT TermoP
  ------------------------------ g/t ------------------------------
B 30 3 100 100 30 110 6
Co 25 2 11 3 4 2  
Cu 26 8 7 7 20 120 44
Fe 4599 670     6565 38410  
Mn 334 15 235 90 155 300 2220
Mo 1 16 11 14 3 9 7
Ni 19 2     38 24 3300
Zn 46 9 122   78 810 374

DAP = fosfato diamônico; MAP = fosfato monoamônico; SFS = superfosfato simples; SFT = superfosfato triplo; TermoP = termofosfato
Fonte: Malavolta (1994).

 

Micronutrientes essenciais

Os micronutrientes essenciais são aqueles estritamente necessários para o desenvolvimento e reprodução das plantas, sendo fundamentais para a planta completar seu ciclo vital. Sem estes nutrientes, a planta é incapaz de completar o seu ciclo de vida, interferindo significativamente na produtividade final.

 

Boro (B)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o boro.

Este micronutrientes está presente em diversos minerais, na forma de boratos ou borossilicatos, há maior concentração de B em granitos do que em basaltos. A forma iônica absorvida pelas plantas é H3BO3, e 97% da sua absorção é via fluxo de massa. Atua no metabolismo de carboidratos e transportes de açúcares através de membranas, na formação da parede celular, divisão celular e no movimento da seiva.

Em situações de excesso / toxicidade de boro, recomenda-se a aplicação de gesso (forma borato de Ca insolúvel), aplicação de S e irrigação abundante ou adubação fosfatada para precipitar o boro.

Plantas deficientes em boro podem apresentar grãos leves, bem como maior queda de florada e formação de sementes, seca dos ponteiros com morte de gema terminal. As plantas apresentam atrofia e posterior necrose das pontas dos ramos, podendo ocorrer ou não excesso de brotações laterais, logo abaixo da gema atrofiada, formação de manchas necróticas internervais e nos bordos das folhas (Imagens abaixo).

 

Cloro (Cl)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o cloro.

O cloro e o boro são os micronutrientes de maior solubilidade. Cloretos de sódio, potássio, magnésio ou cálcio são os principais minerais de cloro. O cloro é adicionado indiretamente nas adubações, através do cloreto de potássio utilizado como fonte de K.

A forma iônica absorvida pelas plantas é Cl-. Está ligado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas, além de participar da fotossíntese. É mais comum excesso do que a deficiência deste micronutriente. A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das margens das folhas localizadas externamente na planta.

Em situações de excesso / toxicidade de cloro, recomenda-se a irrigação abundante de água sem cloro, e aplicação de S (se o pH for alto).

A deficiência se manifesta murcha dos ápices foliares, seguida por clorose e necrose generalizadas. As folhas podem exibir crescimento reduzido, eventualmente assumindo uma coloração bronzeada "bronzeamento" (imagem abaixo):

 

Cobre (Cu)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o cobre.

Ocorre associado ao enxofre na forma de sulfetos. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cu2+. Tem papel importante na fotossíntese, respiração, redução e fixação de nitrogênio que ocorre no interior dos nódulos nas raízes de leguminosas.

Em situações de excesso / toxicidade de cobre, recomenda-se a calagem, aplicação de fertilizantes orgânicos ou aplicação de fosfato para precipitar o cobre.

Os sintomas de deficiência ocorrem nas folhas novas, que permanecem alongadas, deformadas e com as margens cloróticas voltadas para baixo (imagens abaixo):

 

Ferro (Fe)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o ferro.

O ferro ocorre nos solos na forma de óxidos primários como a hematita e magnetita. Com o intemperismo, os óxidos e hidróxidos de ferro aumentam nos solos. A deficiência pode ocorrer, mesmo em solos com elevados conteúdos de Fe, pois pequena proporção permanece solúvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é Fe2+. É essencial ao metabolismo energético, atua na fixação do nitrogênio e desenvolvimento do tronco e raízes. Atua também na síntese de clorofila, divisão celular.

Em situações de excesso / toxicidade de ferro, recomenda-se a calagem e drenagem do solo.

Sintomas de deficiência são presença do verde muito claro nas folhas, com estreita faixa verde ao redor das nervuras, inicialmente nas folhas mais novas. Folhas com aparência de vidro, transparentes e retorcidas (vitrificação) (imagens abaixo):

 

Manganês (Mn)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o manganês.

O Manganês faz parte de diversos minerais, ligado principalmente ao oxigênio e silício. Os óxidos e sulfetos de manganês são as formas mais comuns nos solos. Na planta, atua como ativador enzimático, controlando reações de oxi-redução essenciais à fotossíntese. A disponibilidade do nutriente pode ser bastante variável, implicando em deficiência ou toxicidade às plantas, dependendo da solubilidade dos compostos de manganês presentes no solo. A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+, e atua na síntese da clorofila, e participa do metabolismo energético.

Em situações de excesso / toxicidade de manganês, recomenda-se a calagem e drenagem do solo.

A deficiência leva a diminuição da fotossíntese e da produtividade, aparecendo manchas cloróticas entre as nervuras das folhas superiores, permanecendo as nervuras e uma parte do tecido ao redor delas com coloração verde, acentuando a deficiência, a clorose fica generalizada (imagem abaixo). Vale destacar que é comum a deficiência de manganês causada por excesso de calcário, sendo necessária muitas vezes a aplicação foliar para a correção.

 

Molibdênio (Mo)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o molibdênio.

Ocorre como sulfeto ou na forma de óxidos. A maior parte do molibdênio presente no solo está em formas oclusas, no interior de minerais primários e secundários. O intemperismo desses minerais libera íons molibdato, cuja solubilidade aumenta em condições alcalinas, contrariamente ao que se observa com os outros micronutrientes metálicos (Cu, Fe, Mn e Zn). Tem um papel significativo para a fixação do nitrogênio pelas bactérias, no caso das leguminosas. Atua, também, no metabolismo do nitrogênio na planta.

Em situações de excesso / toxicidade de molibdênio, recomenda-se aplicar enxofre para diminuir o pH.

O excesso de molibdênio pode ser tóxico para os animais e para as sementes em germinação prejudicando a absorção e translocação de ferro pela planta. Sintomas de deficiência são amarelecimento das folhas de diferentes idades e possíveis manchas cloróticas internervais, necroses marginais e enrolamento foliar(imagem abaixo):

 

Zinco (Zn)

Clique aqui para acessar nossa página exclusiva com mais detalhes sobre o zinco.

Está presente em diversas rochas básicas e ácidas, em compostos como sulfetos, carbonatos, silicatos e fosfatos. Participa da síntese do aminoácido triptofano, componente de hormônio do crescimento, plantas deficientes em zinco são menores, raquíticas e com internódios curtos, com cloroses internervais. O zinco é fundamental para a síntese das proteínas, desenvolvimento das partes florais, produção de grãos e sementes e maturação precoce das plantas.

Em situações de excesso / toxicidade de zinco, recomenda-se a calagem e adubação fosfatada para precipitar o nutriente como fosfato de zinco.

A deficiência de zinco afeta o crescimento de ramos e de folhas, havendo formação de internódios curtos, com o aparecimento de folhas miúdas na extremidade dos ramos (imagens abaixo):

 

Micronutrientes benéficos

Elementos como o cloro (Cl), cobalto (Co), silício (Si), níquel (Ni) e selênio (Se) são considerados micronutrientes benéficos, ou seja, são importantes no crescimento e desenvolvimento da planta, porém, sua falta não é fator limitante para o ciclo de vida desta.

 

Cobalto

Clique aqui para ler nossa página exclusiva com mais informações sobre o cobalto.

O cobalto é um elemento encontrado com abundância na crosta terrestre e em baixas concentrações na maioria dos solos, a depender do material de origem, com teor que oscila entre 1 e 40 ppm geralmente. Solos argilosos e com bastante matéria orgânica tendem a possuir maiores concentrações de cobalto do que solos arenosos, onde geralmente o nutriente já foi transportado para camadas mais profundas do solo.

Já nas plantas, o cobalto é um componente essencial para várias enzimas do metabolismo. É absorvido pelas raízes na forma de Co2+, e transportado para a parte aérea através da corrente transpiratória. O cobalto é móvel no floema e parcialmente móvel quando aplicado via foliar, possibilitando a aplicação do nutriente durante o período vegetativo de algumas culturas.

Nas leguminosas, o cobalto é importante para os microrganismos fixadores de nitrogênio, que vivem em simbiose com as leguminosas. Nestes microrganismos, o cobalto é fundamental para sintetizar vitamina B12, necessária para formar hemoglobina, que é necessário para o funcionamento da fixação do nitrogênio atmosférico. Em plantas não leguminosas o cobalto também é benéfico, e possivelmente essencial para diversas plantas. Alguns efeitos incluem menor senescência das folhas, sementes com maior resistência à seca e regulação do acúmulo de alcalóides (Palit et al., 1994), além de bloquear a síntese de etileno (hormônio de estresse em plantas), e estar envolvido na respiração das mitocôndrias.

Quer ler mais sobre o cobalto? Clique aqui!

 

Silício (Si)

Clique aqui para ler nossa página exclusiva com mais informações sobre o silício (Si).

O silício é bastante presente nos solos, que geralmente contêm até 30% do nutriente, quase todo em rochas e minerais. Apesar do elemento estar presente no solo, a sua forma disponível às plantas (ácido monosilícico solúvel) pode ser baixa para satisfazer as necessidades destas. Na maioria dos solos agrícolas, a média de silício solúvel (disponível para as plantas) no solo se encontra entre 14 a 20 mg/L, mas pode variar de 3 a 40 mg/L. A concentração de silício no solo pode ser influenciada por diversos fatores como pH, textura, intemperismo, matéria orgânica e os cultivos realizados.

Apesar do silício não ser oficialmente considerado um elemento essencial, o silício cumpre alguns critérios essenciais dos nutrientes, e sem o silício, a planta pode exibir anormalidades no seu ciclo de vida, principalmente quando se trata de gramíneas acumuladoras do nutriente como arroz, trigo e cana-de-açúcar. No caso das gramíneas, o elemento é fundamental para fortalecer os caules, auxiliando estas plantas a se manterem eretas. Já em culturas como a cana-de-açúcar, o silício proporciona proteção contra o excesso de luz ultravioleta, evitando ocorrência de sardas nas folhas.

Quer ler mais sobre o silício? Clique aqui!

 

Níquel (Ni)

Clique aqui para ler nossa página exclusiva com mais informações sobre o níquel (Ni).

O níquel no solo geralmente é encontrado em concentrações de 20 a 30 ppm, porém, dependendo do material de origem do solo, pode exceder 10.000 ppm. Trata-se de um metal pesado, que dependendo da sua concentração, pode ser tóxico ou pode atuar como nutriente para as plantas. Locais perto de refinarias do metal, mineração ou onde ocorre aplicação de lodo de esgoto também podem apresentar altas concentrações do nutriente. O metal está presente em teores elevados nos lodos de esgoto obtidos em regiões metropolitanas. A concentração de niquel no solo é afetada por fatores como pH, classe textural e concentração de alguns outros nutrientes.

O níquel é absorvido pelas plantas na forma solúvel Ni2+, e possui mobilidade intermediária dentro delas, tendo-se poucas informações sobre sua distribuição (Dechen & Nachtigal, 2006). Em baixas concentrações o nutriente é benéfico para várias culturas, já em altas concentrações, pode causar toxidez, reduzindo o crescimento da planta. O nutriente preferencialmente se move para as sementes, onde é importante para o desenvolvimento destas.

Quer ler mais sobre o níquel? Clique aqui!

 

Selênio (Se)

Clique aqui para ler nossa página exclusiva com mais informações sobre o selênio (Se).

Na maioria dos solos, o teor de selênio é baixo, inferior a 0,2 ppm. O teor de selênio é considerado deficiente quando inferior a 0,3 ppm (Selênio, 2002).

Em solos ácidos, o selênio se encontra na forma de selenito, que pode se fixar ao ferro e formar complexos orgânicos, e dependendo da atividade microbiana e aeração, pode se apresentar em diversos estados de oxidação. A matéria orgânica do solo é uma importante reserva do nutriente, liberando este de forma gradual. Já em solos alcalinos arejados, se apresenta na forma de selenato, sendo a forma mais disponível para as plantas (Malavolta, 1980). Na forma de selenato, o nutriente compete com o enxofre pela absorção da planta, já na forma de selenito, compete com o fósforo.

O selênio diminui o estresse causado por fatores como altas temperaturas, déficit hídrico, alta salinidade do solo, uso de herbicidas etc, aumentando o número de carotenóides, flavonóides, enzimas antioxidantes, que atuam reduzindo esses estresses. Além disso, o selênio possui capacidade de converter clorofila A em clorofila B (Silva, 2020). A clorofila B confere à planta maior proteção contra altas temperaturas e luminosidade. O efeito anti-oxidante do selênio também ocorre no corpo humano (Moraes, 2008).

Quer ler mais sobre o selênio? Clique aqui!

Para complementar o conteúdo, sugerimos assistir ao vídeo abaixo, em que o canal "AgricOnline" esclarece sobre modos de se adicionar micronutrientes ao solo.

 

 

Ecila Maria Nunes Giracca - Eng. Agrª, Drª em Ciência do Solo

José Luis da Silva Nunes - Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia

Anderson Wolf Machado - Eng. Agrº

 

Referências:

EMBRAPA et al. MANUAL DE CALAGEM E ADUBAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 1. ed. Brasília, DF: Editora Universidade Rural, 2013.

ABREU, C. A.; LOPES, A. S.; SANTOS, G. Micronutrientes. In: NOVAIS R. F.; ALVAREZ, V. V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (Ed.). Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. p. 645-736

MALAVOLTA, E. Fertilizantes e seu impacto ambiental: micronutrientes e metais pesados, mitos, mistificação e fatos. Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA). Produquímica Indústria e Comércio Ltda. São Paulo. 1994. 153p. 

MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: Potafós, 1997. 319p.

PALIT, S.; SHARMA, A.; TALUKDER, G. Effects of cobalt on plants. Botanical Review, New York, v. 60, no. 2, p. 149-181, 1994. doi: 10.1007/BF02856575.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.