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Abate halal prioriza bem-estar animal

Exigências são grandes para se adequar as normas pedidas pelos muçulmanos


Foto: Pixabay

A carne Halal, aquela que é permitida conforme a religião muçulmana e que segue alguns passos exigidos por esse mercado, tem ganhado espaço no Brasil. O país é o maior exportador mundial, especialmente em bovinos e frango. 

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o primeiro semestre do ano foi marcado pelo embarque de quase 1 milhão de toneladas de frango brasileiro aos países árabes, por exemplo.

VEJA: Você já ouviu falar em carne halal?

Para ser um produto halal são muitas as exigências. No abate de bovinos, por exemplo, regras de bem-estar animal são prioridade. O assunto foi debatido em uma live nesta quarta-feira (29), promovida pela certificadora Cdial Halal.

Os islâmicos priorizam um abate profissional, respeitando as regras do sistema halal. “Deus nos dá a oportunidade de consumir animais, mas desde que os tratamos com dignidade. Como certificadores, independente das diversas culturas, fazemos com que as boas práticas sejam realizadas”, ressalta o CEO da Cdial Halal, Ali Saifi.

Segundo o Sheik Muhammad Albukai  as pessoas que realizam o abate halal precisam ser treinadas de forma espiritual. “O mercado halal é diferente dos outros. Halal não se resume apenas a forma como a degola é praticada, mas sim, a um conjunto de princípios e regras legislativas islâmicas, que devem ser seguidas e preservadas que envolvem inclusive como o animal deve ser tratado antes, durante e pós degola”, ressalta.

Regras definem se é halal ou não

As cientistas, renomadas no assunto, as doutoras Temple Grandin e Erika Voogd explicaram que os animais, por vezes, percebem sinais que os humanos não se atentam e é fundamental aplicar as boas práticas. Elas apontam algumas dessas medidas:

- Os animais que estão a caminho do abate sentem medo de pequenas coisas que as pessoas não percebem, como por exemplo, reflexo, iluminação forte, barulhos, estes fatos incomodam o bem-estar do animal.

- O gado deve ser acomodado de forma que todos os animais consigam descansar deitados e com espaço no curral. Amontoá-los de forma numerosa não é bem-estar.

- É preciso ter uma correta estabulação no curral. Verifique se piso não está liso e derrapante. Se mais de 1% dos animais caem durante o manejo, há problema no piso instalado.Para manusear o gado, não é aconselhado utilizar bastão elétrico e nem grite com o animal. Estes atos geram estresse.
 
- É muito comum mover o gado de forma silenciosa com um pandeiro como ferramenta para estimular o gado para a seringa de abate.

- Reflexos no chão fazem com que os animais tenham mais hesitação. Iluminar a entrada da área de contenção com luz portátil.

-Bloquear o espaço de contenção dos raios solares com lonas, utilizar cortina para que o animal não veja a circulação de pessoas durante o caminho para o abate. 

- A contagem de vocalização deve ser 5% ou menos.

- Na hora do abate o animal jamais deve ser pendurado quando ainda está consciente. A degola deve ser feita imediatamente após a contenção, com facas afiadas e que tenham o dobro do pescoço do animl para não causar desconforto.

- Tolerância zero para esfolamento, escaldamento, remoção dos pelos ou de qualquer parte do animal que apresente quaisquer sinais de sensibilidade.

- Não é correto acelerar o crescimento rápido dos novilhos. Devemos respeitar o tempo natural de crescimento.

.- Deve-se oferecer espaço mínimo para o transporte. Utilizar o mínimo de amônia durante a locomoção dos animais.

* Com informções da assessoria de imprensa

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