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Alta nas commodities recuperam economia global pós-covid

Restrições de fornecimento e estoque estão temporariamente empurrando os preços


Foto: Pixabay

As commodities estão liderando a recuperação da economia global neste ano, com algumas apresentando níveis recordes, em linha com a demanda reprimida prevista. O milho, a soja e o cobre estão em máximas de sete a oito anos, enquanto o algodão está sendo negociado em uma alta de três anos. 

O economista Ano Kuhanathan, da agência de seguro de crédito Euler Hermes, afirma que o movimento pode ser explicado pelo “pela aceleração esperada do crescimento do PIB para 2021, depois que os ‘lockdowns’ frearam a economia global por um ano inteiro. Projetamos que a China cresça +8,2%, os EUA +5,3%, a Zona do Euro + 4,3% e os Mercados Emergentes +6% em 2021”.

De acordo com o economista, conforme o mundo vai se reconectando e lidando com os temores pós-Covid-19, as restrições de fornecimento e estoque estão temporariamente empurrando os preços das commodities para cima. Além de usar estoques como suporte político para sua indústria, a China também armazenou commodities alimentícias por razões estratégicas. 

Embora não haja dados sobre as compras do SRB, explica Kuhanathan, as importações chinesas de grãos e cereais (ou seja, arroz, trigo e milho) aumentaram 71% em 2020 em comparação com 2019 (Figura 3). Curiosamente, em um contexto de tensões com Washington, a China não aumentou suas importações de alimentos dos Estados Unidos.

No entanto, ressalta ele, a melhora da situação sanitária mundial vai normalizar a demanda e a oferta, esperando menos ação da China nos mercados de commodities, uma vez que o apoio a esse tipo de política diminuirá e as reservas estratégicas são altas. “Também esperamos alguma valorização do dólar no segundo trimestre de 2021. No entanto, como a oferta deve permanecer de alguma forma restrita, vemos os preços recuando ligeiramente e se consolidando em níveis relativamente mais altos para a maioria das commodities”, aponta o economista.

No geral, destaca ele, as pressões inflacionárias colocam alguns setores em risco no curto prazo. Com o aumento dos preços das commodities, os preços dos insumos também estão sob pressão. Os dados mais recentes das pesquisas provenientes dos EUA e da Europa estão sugerindo preços mais altos de insumos.

“Como algumas empresas já estão trabalhando com margens estreitas e outras estão tentando compensar os maus resultados do ano passado, elas podem aumentar os preços de venda. Esse efeito de bola de neve pode levar a pressões inflacionárias na economia em geral. Do ponto de vista setorial, a vulnerabilidade a uma oscilação nos preços das commodities não é a mesma em todos os setores”, conclui Kuhanathan.

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