Incêndios preocupam pecuaristas
Fogo avança pelo Pantanal e já impede escoamento de bovinos para o Planalto
Mato Grosso do Sul segue em estado de emergência com o avanço do fogo pelo estado. O fogo se alastra pelo Pantanal causando morte de animais silvestres e milhares de hectares de fazendas queimados. Além do fogo a fumaça dificulta a visibilidade e oferece risco de intoxicação.
Segundo o IBAMA os incêndios no Pantanal sul-matogrossense já destruíram mais de 1.250 milhões de hectares este ano, o equivalente a quase 7 vezes o estado de São Paulo.
VEJA: União reconhece emergência no MS
E os focos se espalham pelo estado. No último final de semana um incêndio no anel viário em Campo Grande devastou grande parte da área verde dos arredores da BR-163. Em Corumbá as chama avançaram sobre a MS-228 (Estrada-Parque) e destruiu uma ponte de madeira.
Prejuízos ao gado
Com a queima da ponte fazendeiros dos pantanais do Abobral e Nhecolândia foram afetados. A estrada é utilizada para escoamento de bovinos para o planalto. O acesso também atende o trade turístico e o Porto da Manga, comunidade ribeirinha que margeia o Rio Paraguai. O governo do estado anunciou a reconstrução em caráter emergencial.
Segundo Ângelo Rabelo, diretor do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ong que gerencia a reserva Novos Dourados, o fogo deixou o Amolar em direção ao Rio Taquari, entre os pantanais do Paiaguás e Nhecolândia, Nordeste de Corumbá. “Os focos podem dar uma trégua aqui (Amolar), mas virar um inferno do lado de lá”, alertou o ambientalista.
Em algumas áreas da Nhecolândia, centro criatório da planície pantaneira, os incêndios já chegaram e devastaram pelo menos três mil hectares de pastagem nativa e formada. Os proprietários ainda não têm extensão dos prejuízos e fazem levantamento dos rebanhos. O fogo queimou 1.600 hectares da Fazenda Itá e 1.300 hectares da Fazenda Paiol. “É época de parição de bezerros, não sabemos se o fogo chegou a invernada das vacas paridas”, afirma Fabiano Camponez Salles Pereira, supervisor da Itá. Os criadores se obrigaram a abrir as porteiras para o gado fugir e não ser queimado.