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Indígenas do MS contam com políticas de Ater para produzir orgânicos

Apesar de produzir cerca de 30 mil pés de alfaces por ano, a comunidade não tinha o conhecimento de como cultivar um alimento orgânico


Em Campo Grande (MS), a comunidade indígena Água Bonita tem concentrado esforços na transição para tornar a produção totalmente orgânica. Para isso, buscou apoio da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), uma das políticas públicas que a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) realiza em parceria com os estados. 

Preocupado em produzir alimentos saudáveis e sem uso de agrotóxicos, o líder da associação, cacique Nito Nelson – Kaiowá Guarani, contou com a ajuda do órgão de Ater do Mato Grosso do Sul, a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). “Sempre quis produzir alimentos mais saborosos na vida da comunidade, mas sempre tinha um receio da quantidade de agrotóxico que iria usar”, explica.

De acordo com o cacique, apesar de produzir cerca de 30 mil pés de alfaces por ano, a comunidade não tinha o conhecimento de como cultivar um alimento orgânico. “Acreditávamos que o processo era apenas aplicar o adubo, a semente e uma quantidade de água. Produzir um alimento saudável é muito mais complexo, necessita de mais atenção e cuidado”, ressalta. 

O técnico da Agraer Martin Lopez dos Santos    conta que o interesse da comunidade por orgânicos extrapola questões de produtividade e comercialização dos produtos. “É interessante essa visão de tentar proteger a comunidade indígena em termos de salubridade no ambiente em que eles habitam. Porque eles moram muito próximos da lavoura, tem criança pequena e utilizar agrotóxico fica complicado, pois expõe a família toda”, alerta. 

Planapo

A Sead dispõe de políticas voltadas para a transição agroecológica e para o incentivo à produção orgânica no Brasil amparadas no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), também conhecido como Brasil Agroecológico, estabelecido por uma política nacional (Pnapo).

Entre as diretrizes do Planapo estão a promoção da segurança alimentar e nutricional e a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável, por meio de produtos orgânicos, de base agroecológica, bem como o uso sustentável dos recursos naturais.

Segundo a especialista em Politicas Públicas e Gestão Governamental da Sead, Suiá Rocha, a assistência técnica integra as ações do Planapo. “As principais metas e iniciativas do plano são destinadas ao fortalecimento de redes de produção de base agroecológica e orgânica. Queremos aumentar a oferta de Ater, com foco em práticas agroecológicas, para beneficiar mais de 1,8 milhão de agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais, sendo 50% mulheres”, diz.

Outras informações do Planapo você encontra aqui.

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