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Milho pode voltar a R$ 100?

Preços ao atuais contém lucratividade de 25,77% em relação aos custos totais de produção


Foto: Marcel Oliveira

De acordo com a Consultoria TF Agroeconômica, os fundamentos do milho são de “recuperação, não exatamente de alta”. Durante o mês de junho, as cotações do milho na B3 (e seus correlatos no mercado físico) caíram cerca de R$ 20/saca, passando de R$ 103,00 para R$ 83,00/saca.

“Depois disto, com as notícias sobre as perdas por seca e por geadas, iniciou-se um processo de recuperação das cotações na B3 e dos preços no mercado físico. As cotações já recuperaram aproximadamente R$ 10,00/saca, mas o mercado físico recuperou apenas R$ 4-5 reais/saca”, comentam os analistas.

“O que se pode perceber no horizonte é que as cotações e os preços poderão retornar para os níveis próximos a R$ 100,00/saca, mas não ultrapassá-lo significativamente para níveis muito maiores. Isto poderá até acontecer, mas não conseguimos ver, por enquanto, nenhuma razão para isto no horizonte”, sustentam. 

Segundo a TF, se e quando voltarem, “não terão o mesmo valor que tiveram em maio devido aos custos de carregamento. Mesmo assim, os preços ao redor de R$ 75,00/saca para o agricultor contém uma lucratividade de 25,77% em relação aos custos totais de produção de R$ 59,63/saca, segundo do Deral-PR. Vai de cada um saber se ela satisfaz”.

Confira a análise do quadro de oferta & demanda nacional e mundial da TF Agroeconômica:

FATORES DE ALTA

*Estoques menores nos EUA: o relatório de estoques, publicado pelo USDA nesta semana, registrou existências de 104,44milhões de toneladas, como um todo, levemente menor do que a expectativa que o mercado tinha para este número. Nas fazendas, porém, a queda foi grande: as existências farm de apenas 44,29 milhões de toneladas, cerca de 39,21% a menos do que na mesma época de 2020;

*Plantio menor nos EUA: o relatório registrou que o plantio foi de 92,69 milhões de acres, contra 93,78 Mha estimados pelo mercado no pré-relatório;

* No Brasil a produção deverá recuar de 106,41 milhões de toneladas estimadas inicialmente para a safra 2020/21, para algo ao redor de 96,39 MT (segundo a Conab), ou 93,5 MT (segundo o mercado), diante das quebras trazidas pela seca e pelas geadas. Com isto, teremos um aumento na importação, que passará de 1,0 MT para 2,3 MT e uma forte redução nas exportações, que cairão de 35 MT para não mais do que 29,5 MT – aumentando a demanda sobre o milho americano e, consequentemente, as cotações da CBOT.

FATORES DE BAIXA

*Queda do dólar – que desestimula as exportações brasileiras, aumentando a disponibilidade interna e pressionando os preços;

*Início da colheita da safrinha. Mesmo que haja uma grande quebra geral esperada para a segunda safra brasileira, serão mais de 60 milhões de toneladas que serão colhidas e oferecidas ao mercado a partir deste mês e isto deverá manter os preços sob pressão por algum tempo.

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