CI

Nos EUA, cártamo já é cultivado para ração

Produto é usado tanto para gado bovino como para ovinos, suínos e aves


Nos Estados Unidos, além da Califórnia, se produz muito cártamo para uso como ração animal em estados como Colorado, Dakota do Sul, Dakota do Norte, Utah, Montana e até mesmo no Nebraska. O produto é usado tanto para gado bovino como para ovinos, suínos e aves. Um dos mais conhecidos produtores de ovinos dos Estados Unidos, a fazenda Hollenbeck, utiliza o cártamo para o gado.

Talvez a maior autoridade na pesquisa sobre o cultivo no mundo seja o agrônomo de extensão na Universidade da Califórnia em Davis Stephen Kaffka. Ele recorda que o negócio surgiu após a Segunda Guerra Mundial com abertura total do Japão para produtos americanos. Um programa havia iniciado no Nebraska, mas rapidamente se mudou para a Califórnia.

“O cultivo é perfeito para a Califórnia. Não precisa de nada de água, a planta suga a umidade do solo deixadas nas gotas de chuvas do inverno. É plantada na primavera e colhida em Agosto (Verão do Hemisfério Norte) sem necessidade de irrigação”, afirmou Kaffka.

O pesquisador acredita que há muito mais potencial de mercado se existissem mais esforços em pesquisa, apesar de que em termos de rendimento não houve nenhum avanço e ficaram nos mesmos 3.000 quilos por hectare desde sua implantação nos Estados Unidos. A chave, segundo ele, é uma adaptação da indústria.

“Talvez a grande coisa para o cártamo seja a mistura. É muito parecido com o óleo de oliva nas propriedades, mas sem gosto. Poderia ser misturado com girassol ou com óleo de oliva”, sugeriu o especialista.

Segundo Kaffka, o custo médio de produção na Califórnia é de US$ 300 a US$ 500 por acre com gastos maiores para preparo da terra, nitrogênio e gasto pós-colheita. Na Costa Dourada, geralmente é produzida em rotação com tomates e girassol. Também pode rotar com feijão, algodão ou beterraba açucareira.

Fritz Durts é agricultor na região de Sacramento. Ele produz cevada e trigo, mas nesse ano acabou optando por não produzir o cártamo depois de 30 anos seguidos porque o valor pago ficou abaixo dos US$ 300 a tonelada, ao passo que os custos de mão-de-obra, maquinário e nitrogênio dispararam. Ele pretende voltar a produzir a oleaginosa o antes possível.

“No processo de rotação, é excelente para os cereais e beneficia o pasto. Mas acredito que o mercado vai se recuperar muito rápido. Antes, o mercado exportador estava muito forte com o Japão comprando muito, mas agora há mais óleo de soja indo. É sempre um bom cultivo para produzir”, disse Durst.

Arthur Wesiker, diretor da empresa SeedTec, conclui que a vantagem do cártamo é um mercado de nicho interessante e é muito bom para propósitos de rotação, mas gera altos custos com fertilizantes foliares.

A superíficie colhida de cártamo nos Estados Unidos caiu dos 170.200 acres em 2015 para 154.400 em 2016, segundo o USDA. Mas o volume colhido subiu de 208,6 milhões de libras para 220,09 milhões de libras. A Califórnia produz quase 60% do volume produzido nos Estados Unidos. Seguem a Índia e os Estados Unidos no ranking global a Argentina, México e Cazaquistão.

Leia ainda: Cártamo tem custo de produção 5 vezes menor que soja

E também: Cártamo: desafio é clima e aplicação industrial

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.