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Preços mundiais do arroz aumentaram

Nas regiões ocidentais da África, a produção também aumentou 4,3%, graças a programas de incentivo para cadeias de valor locais


De acordo com a FAO, a produção mundial em 2018 ficou em 778,6 Mt de arroz em casca (517 Mt base beneficiado), sendo 1,5% a mais do que em 2017. Este aumento é devido às boas condições climáticas no hemisfério norte e a preços mais atrativos. Na Ásia, as colheitas foram satisfatórias, especialmente na Índia, onde a produção atingiu um recorde, crsecendo 3% graças às boas chuvas e à revalorização dos preços mínimos. Por outro lado, na China, a produção caiu 1% devido a uma redução nas áreas plantadas. Na África, as colheitas aumentaram 6,8% graças à recuperação da produção no leste e sudeste do continente, na Tanzânia e em Madagascar.

Nas regiões ocidentais da África, a produção também aumentou 4,3%, graças a programas de incentivo para cadeias de valor locais. Enquanto isso, no Egito, a produção caiu 23% devido a uma redução drástica nas áreas plantadas para economizar recursos hídricos. Em 2019, a produção mundial cairá ligeiramente para 777,6 Mt. Nos grandes países produtores asiáticos, as safras podem ser menores do que o esperado devido à seca. Na África, a produção pode finalmente cair 5%. Essa redução deve afetar principalmente as regiões ocidentais do continente (-7%), também devido à chuva insuficiente. No Mercosul, as colheitas foram medíocres este ano por causa de uma redução adicional nas áreas de arroz.

Comércio mundial

Em 2018, o comércio mundial permaneceu estável em 48,4 Mt. O mercado esteve bastante ativo durante boa parte do ano graças à demanda do Sudeste Asiático, incluindo a Indonésia e as Filipinas. Em contraste, no sul da Ásia, a demanda de importação diminuiu significativamente, especialmente em Bangladesh. No resto do mundo, as importações mantiveram-se estáveis graças a um melhor abastecimento interno. Do lado da oferta, as exportações foram em geral bastante satisfatórias, exceto na Índia, onde as vendas externas caíram 2,5% em relação ao recorde de 2017. Em 2019, as projeções indicam um declínio no comércio mundial de arroz de 3,1% a 46,9 Mt.

Esta queda pode afetar principalmente a Índia e a Tailândia. Os estoques mundiais de arroz no final de 2018 progrediram 2,3% para 173,9 Mt contra 170,0 Mt em 2017, atingindo seu nível histórico mais alto. Em 2019, espera-se um aumento adicional de 3,9% para 180,6 Mt, equivalente a 35% do consumo mundial. Este aumento adicional deve-se à reconstituição de reservas chinesas e indianas, bem como às da Indonésia e das Filipinas. Globalmente, os estoques dos principais países exportadores registraram em 2018 o nível mais baixo desde 2010, de 33,2 Mt, mas espera-se uma recuperação em 2019 de 37 Mt, equivalente a 21% das reservas mundiais.

Na Índia, os preços de exportação caíram 1% em um mercado que continua calmo. A Índia deve enfrentar a concorrência chinesa, especialmente nos mercados africanos, que respondem por 50% das exportações de arroz indiano não aromático. Em junho, as exportações indianas chegaram a quase 800.000 toneladas, contra uma média de1 Mt nos meses anteriores, baixa de 12% em relação ao ano passado. Em julho, o arroz indiano 5% caiu para US$ 371/t FOB contra $ 374. Em contraste, o arroz indiano 25% permaneceu estável em $ 346. No início de agosto, os preços tendiam a subir, em parte devido à revalorização da rupia em relação ao dólar.

Na Tailândia, os preços de exportação caíram durante a primeira metade do mês, se recuperando no final do mês devido à revalorização do bath em relação ao dólar. O mercado externo segue pouco ativo, com exportações novamente em queda somando 500.000 toneladas, contra 578.000 toneladas em junho. As perspectivas de exportação em 2019 foram reduzidas, apontando para uma baixa de 20% a 9 Mt contra 11 Mt em 2018. Essas projeções levam em conta um possível declínio na produção devido à seca nas regiões Norte e Nordeste do país. Em julho, o preço do arroz Tai 100% B registrou estabilidade a $ 402/t. O Tai parboilizado também permaneceu quase inalterado em $ 397, assim como o arroz quebrado A1 Super, que ainda aponta para $ 360.

No início de agosto, os preços estavam mais firmes. No Vietnã, diferentemente dos principais mercados asiáticos, os preços de exportação voltaram a subir 1%, estimulados pela demanda por importações filipinas, a única que permanece relativamente ativa, mas que deve diminuir durante o período de colheita no último trimestre do ano. Em julho, as exportações vietnamitas atingiram 650.000 toneladas, contra 600.000 toneladas em junho, registrando um aumento de 4% em relação ao ano anterior na mesma época. O Viet 5% marcou $ 379/t contra $ 375 em junho. O Viet 25% permaneceu relativamente estável em $ 352 contra $ 350 anteriormente. No início de agosto, os preços permaneceram firmes sob a dupla influência da desvalorização do dólar e das incertezas sobre as safras devido à falta de água no Sudeste Asiático.

No Paquistão, os preços do arroz marcaram estabilidade, com exceção do arroz de baixa qualidade que subiu 1% em relação a junho, graças às perspectivas de vendas para a China. As exportações paquistanesas, apesar de limitadas, ainda apontam para um aumento de 10% em relação ao ano passado na mesma época. Em julho, o Pak 25% foi cotado a $ 330/t contra $ 326 em junho. No início de agosto, os preços estavam estáveis.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação subiram 2% em um mercado pouco ativo. Em julho, as exportações teriam atingido cerca de 280.000 toneladas contra 325.000 toneladas em junho, um aumento de 3,5% em relação ao ano passado na mesma época. O México é o primeiro cliente com 23% das vendas externas, seguido pelo Haiti (12%) e Japão (11%). O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 subiu para $ 499/t contra $ 490 em junho. No início de agosto, os preços médios eram de $ 510. Na Bolsa de Futuros de Chicago, os preços futuros do arroz em casca também subiram 2% para $ 261/t contra $ 256 em junho. No início de agosto, os preços futuros recuaram para $ 255. No Mercosul, os preços de exportação cederam 2% dentro de um mercado calmo. Em julho, as exportações brasileiras ainda mostram um atraso de 25% em relação ao ano anterior na mesma época.

No Uruguai, as exportações caíram para 63.000 toneladas contra 65.000 toneladas em junho, tendo um atraso de 25% em relação ao ano anterior. Na Argentina, as exportações permanecem estáveis em torno de 36.000 toneladas, com alta de 30% em relação à mesma época de 2018. O preço indicativo do arroz em casca brasileiro permaneceu estável em $ 228/t. No início de agosto, o preço tendia a cair para $ 220. Na África Subsaariana, os preços domésticos do arroz permanecem estáveis na maioria dos mercados regionais, graças a uma oferta abundante de arroz local e importado. No entanto, a demanda por importações africanas deve se reativar significativamente nos próximos meses, após uma possível contração da produção local. As importações poderiam aumentar 6% em 2019 e atingir um nível histórico de 17,3 Mt, ou 37% das importações mundiais.

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