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Preços mundiais do arroz continuam voláteis

No resto do mundo, as importações permaneceram estáveis graças às boas disponibilidades internas


Segundo a FAO, a produção mundial em 2017 se estabeleceu em 758 milhões de toneladas de arroz em casca (503,2 Mt base beneficiado), ligeira alta de 0,6% em relação a 2016. A redução da produção indiana e vietnamita foi compensada apenas pelo aumento da produção chinesa. Na Tailândia, a produção de arroz também aumentou graças a uma extensão das áreas semeadas, assim como na África, onde as colheitas continuam melhorando, especialmente nas regiões ocidentais, onde subiram 6% em 2017. 

Em contraste, na África Austral, especialmente em Madagascar, a seca e os ciclones afetaram fortemente as culturas, causando uma redução de 14% na produção de arroz. Na América do Norte, as colheitas caíram 20% devido a uma redução nas áreas de arroz, enquanto na América Latina a produção aumentou graças às boas colheitas no Brasil, 16% maior que em 2016.

Comércio mundial

Em 2017, o comércio mundial foi mais uma vez reavaliado para um nível recorde de 47,9 Mt, um aumento de 15% em relação a 2016. O aumento se concentrou especialmente na Ásia, onde os grandes países importadores reconstituíram suas reservas de arroz para limitar as tendências inflacionárias nos mercados domésticos. Na África, a demanda de importação finalmente deu um salto de 12% em 2017, sobretudo nos principais países importadores da África Ocidental,
apesar das políticas de autossuficiência de arroz e de limitação de importações.

No resto do mundo, as importações permaneceram estáveis graças às boas disponibilidades internas. Do lado da oferta, todos os exportadores viram suas vendas aumentarem, exceto o Paquistão.

De acordo com as últimas projeções, o comercio em 2018 deve cair 2% para 46,9 Mt. No entanto, este volume ainda representa o segundo mais alto nível devido à forte demanda asiática. Os estoques mundiais de arroz no final de 2017 aumentaram 1% para 168,9 Mt contra 167,4 Mt em 2016. Esse ligeiro aumento se deveu, principalmente, à reconstituição de reservas nos países importadores do Sudeste asiático. Por outro lado, os estoques dos países exportadores, especialmente na Tailândia, caíram drasticamente.

As reservas dos exportadores se encontram no nível mais baixo desde 2010 e podem baixar novamente em 2018. Ainda assim, à nível mundial, os estoques devem se estabelecer em 171,3 Mt, ou 1,4% a mais do que em 2017, o equivalente à um terço do consumo mundial.

Na Tailândia, os preços de exportação caíram em média 2%, mas tendiam a subir em meados de março, estimulados pela demanda de importação chinesa e africana. O preço do arroz quebrado se revalorizou novamente. As autoridades tailandesas esperam recorrer a contratos públicos, do Governo a Governo, para manter altos os níveis de vendas externas. Por enquanto, as previsões de exportação para 2018 indicam 9,5M, menores em 18%, devido à contração da demanda mundial. Em março, as vendas externas alcançaram 0,9 Mt, 5% acima do mesmo período do ano passado. O preço do arroz Tai 100% B marcou em média US$ 414/t Fob contra $ 421 em fevereiro. O Tai parboilizado também caiu para $ 409, contra $ 420 anteriormente.

Por sua vez, o arroz quebrado A1 Super subiu para $ 370, contra $ 360 em fevereiro. No início de abril, os preços se mostravam mais firmes. No Vietnã, os preços do arroz caíram 1%, com exceção do arroz de baixa qualidade, estável em relação a fevereiro. Em março, as vendas externas avançaram  significativamente, atingindo 550.000 t contra 370.000 t em fevereiro, marcando assim um avanço de 7% em relação a 2017 na mesma época. Em 2018, as autoridades vietnamitas estabeleceram um objetivo de 6,5 Mt contra 6,2 Mt em 2017, dos quais 70% foram destinados ao continente asiático e 15% para os países da África Ocidental, especialmente Gana e Costa do Marfim. Em 2018, o
Vietnã poderia se beneficiar de um aumento da demanda de importação filipina e chinesa, seus principais clientes. O Viet 5% marcou $ 420/t, contra $ 425 em fevereiro. O Viet 25% se manteve globalmente estável em $ 403. No início de abril, os preços marcavam certa firmeza.

Na Índia, os preços de exportação permaneceram relativamente estáveis, apesar de um declínio no arroz de baixa qualidade. Em 2017, a Índia manteve novamente sua liderança mundial, superando pela primeira vez 13 Mt exportadas, 28% a mais que em 2016. Seus principais clientes foram Bangladesh, Irã e Senegal. Em 2018, as projeções de vendas externas indicam uma contração de 10%, mantendo, no entanto, o primeiro lugar no ranking mundial, à frente da Tailândia.

Em março, o arroz indiano 5% foi cotado a $ 413/t, estável em relação a fevereiro. O arroz indiano 25%, por sua vez, caiu para $ 381, contra $ 385 anteriormente. No início de abril, os preços permaneciam estáveis.

No Paquistão, os preços de exportação aumentaram 1,5% graças a uma forte demanda externa. As exportações paquistanesas registram um aumento de 20% em relação ao ano passado na mesma época. Em março, o Pak 25% foi cotado a $ 364/t, contra $ 359 em fevereiro. No início de abril, os preços se mostravam firmes em $ 275/t. Nos Estados Unidos, os preços de exportação caíram 5% em um mercado pouco ativo. As exportações mensais caíram novamente para 255.000 t contra 290.000 t em fevereiro. Durante o primeiro trimestre do ano, o México se mantém como principal cliente, com 16% das vendas dos EUA, seguido de Haiti (14%) e Iraque (12%).

O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi cotado a $ 560/t, contra $ 589 em fevereiro. No início de abril, o preço continuava em queda, a $ 550. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca subiram com média de $ 273/t, contra $ 270 em fevereiro. No início de abril, os preços futuros continuavam firmes em $ 282/t. No Mercosul, os preços de exportação permaneceram globalmente estáveis. A produção de arroz, atualmente em processo de colheita,
deve diminuir em 2018, especialmente no Brasil, onde os atrasos nos plantios causaram uma diminuição nas áreas plantadas e nos rendimentos.

No total, a produção brasileira pode cair 6%. As exportações da sub-região têm sido particularmente ativas durante o primeiro trimestre do ano. No Brasil, o preço indicativo do arroz com casca caiu de 2% em março para $ 214/t, contra $ 218 em fevereiro. No início de abril, o preço tendia a se estabilizar em torno de $ 210/t. Na África Subsaariana, os preços internos do arroz permanecem estáveis graças à boa disponibilidade de arroz local e importado.

Em 2017, as importações deram um salto de 12% em relação a 2016  Quase 75% das importações adicionais foram feitas na África Ocidental, especialmente em países onde as autoridades apontam objetivos de autossuficiência em arroz a médio prazo. Em 2018, as perspectivas parecem ser, por enquanto, mais favoráveis às disponibilidades internas, com uma possível redução de 2,5% nas importações de arroz.

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