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Antracnose

(Colletotrichum coffeanum) Culturas Afetadas: Café

A antracnose do cafeeiro é uma doença de ocorrência generalizada na maioria das regiões cafeicultoras, variando grandemente a natureza e a intensidade dos danos ocasionados. Em muitas regiões da África, onde o café é cultivado, é considerada a doença mais grave do cafeeiro.

O agente causal, Colletotrichum coffeanum foi descrito no Brasil em 1902 e, atualmente, são conhecidas diversas raças do patógeno. Alguns autores preferem a denominação C. kahawae para o patógeno. No continente africano, uma raça particularmente virulenta disseminou-se rapidamente e hoje está presente em todas as lavouras de café arábico. Esta raça, cuja característica é infectar flores e frutos verdes, causando a “coffee berry disease”, não foi ainda detectada no Brasil.

Todas as espécies de cafeeiro são suscetíveis à antracnose, mas a suscetibilidade é maior em Coffea arabica e C. canephora. Dentro de C. arabica há uma grande diferença varietal quanto à suscetibilidade a esse patógeno. Os frutos da variedade Harar e os das variedades dela originadas por cruzamento são suscetíveis, enquanto que os da variedade Blue Mountain exibem alto grau de resistência.

Danos: Todas as partes da planta podem ser atacadas por C. coffeanum, que habitualmente coloniza o tecido externo do cafeeiro. No entanto, flores e frutos novos, para o caso da “coffee berry disease”, e os frutos maduros são os mais sensíveis a ataque do patógeno.

Nas flores, o primeiro sintoma é o aparecimento de uma mancha ou listra castanho escura sobre o tecido branco da pétala, sendo a flor invadida e destruída em pouco tempo. Em frutos verdes, os sintomas iniciam-se por pequenas manchas necrótica escuras, ligeiramente deprimidas em qualquer região do fruto. O fungo pode penetrá-los, ficando os grãos negros, ressecados, mumificados e totalmente destruídos pelo patógeno. Sobre as lesões desenvolvem-se pequenas pontuações, que corresponde aos acérvulos do fungo e, em condições de alta umidade, pode ser notada uma massa rósea de esporos. A infecção pode atingir o pedúnculo dos frutos, causando a que dos mesmos. Mais tarde, o ataque só é evidenciado pela ausência das bagas nos nó identificada pela remanescência do pedúnculo preso ao ramo. Este grupo de sintomas não tem sido observado no Brasil.

Frutos maduros ou com o endosperma já formado, quando atacados pelo fungo, tornam-se mumificados e as bagas escurecem, permanecendo, contudo, aderidas ao ramo por longo tempo. Um segundo tipo de lesão pode ser formado sob condições não completamente esclarecidas, mas que geralmente está associado a períodos secos e/ou baixas temperaturas. Esta lesão é de coloração pálida e não-deprimida, com aspecto de sarna, onde se formam círculos concêntricos de acérvulos negros. Neste caso, as camadas mais profundas do fruto não são invadidas.

A doença manifesta-se nas folhas como manchas irregulares, necróticas, cinzas, grandes, ocorrendo comumente próximas às margens. Com o envelhecimento das manchas, formam-se anéis concêntricos, nos quais podem ser visualizadas massas de esporos do fungo.

O ataque do fungo sobre folhas novas da ponta dos ramos pode causar o chamado “Elgon dieback”, que se caracteriza por uma súbita e parcial abscisão das folhas nas partes novas e suculentas da planta. A lesão progride e, ao atingir o tecido vascular, ocorrem murcha e morte do ramo. Essa morte do ponteiro é favorecida por chuva leve e orvalho abundante.

Em sementeiras e viveiros, a antracnose pode ser observada sobre os cotilédones, como manchas pardas, geralmente provocando a morte da plântula.

Controle: No controle da antracnose, os cúpricos são eficazes, reduzindo produção de inóculo sobre os ramos. Apresentam, além disso, a vantagem de controlar também a ferrugem, em locais onde essa doença causa problema. O oxicloreto de cobre com 50% de cobre metálico pode ser pulverizado a 1%, usando-se 1000 a 2000 L.ha-¹, fazendo-se aplicação do início ao fim da estação chuvosa. Deve-se tomar cuidado com a fitotoxicidade em frutos novos. Fungicidas protetores, como chlorotalonil, hidróxido de trifenil estanho e tiabendazole, também são efetivos no controle da antracnose.

O método de controle mais recomendável é o uso de variedades resistentes. E notável a diferença em suscetibilidade entre as variedades de C. arabica (as variedades Blue Mountain e Rume Sudan são resistentes e as variedades SL 28 e Harar, suscetíveis). Muitas variedades que mostram resistência não são comercialmente aceitáveis, mas constituem fonte genética de resistência e devem ser empregadas em trabalhos de melhoramento.

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