Novas oportunidades para o mercado de cacau
O Brasil, que já foi líder global na produção, voltou a ganhar relevância

A crise na oferta global de cacau, causada por problemas climáticos, avanço de pragas como o vírus CSSV e envelhecimento das lavouras na Costa do Marfim e em Gana, abriu espaço para outros players no mercado. Segundo a Hedgepoint Global Markets, os preços internacionais dispararam em 2024 e 2025, estimulando investimentos em novos polos produtores.
O Brasil, que já foi líder global na produção, voltou a ganhar relevância. Após enfrentar forte retração por conta da “Vassoura-de-bruxa”, o país tem investido não só na recuperação das lavouras, mas também na expansão da capacidade de processamento, hoje estimada em quase 300 mil toneladas — superior à produção nacional. Para suprir essa demanda, o país importa amêndoas, enquanto exporta principalmente cacau em pó e manteiga, com destaque para a Argentina como principal destino.
De acordo com Carolina França, analista da Hedgepoint, projetos recentes têm impulsionado o cultivo de cacau no Sudeste, Norte e Nordeste, com uso de tecnologia e clones de alto desempenho. Um dos destaques é a instalação da maior fazenda de cacau do mundo em território brasileiro.
“Da mesma forma, outros países produtores passaram a investir na cultura tanto em produção quanto em capacidade de processamento, visto as oportunidades de mercado e preços atrativos da commodity, como Equador e Nigéria, que atualmente ocupam o terceiro e quarto lugar no ranking mundial de maiores produtores de cacau, respectivamente”, diz.
Com essa retomada, o Brasil vislumbra uma janela de oportunidade no mercado internacional. A meta é ambiciosa: alcançar uma produção superior a 400 mil toneladas até 2030, consolidando-se como um dos principais fornecedores globais tanto de amêndoas quanto de derivados de cacau.