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Trigo: tratamento de sementes diminui incidência de oídio

Ensaio técnico avaliou manejo e resultados na cultura diante de clima favorável para a doença


Foto: Marcel Oliveira

A safra de 2019 sofreu com a incidência de oídio nas lavouras de trigo. A doença é causada pelo fungo Blumeria graminis f. sp. tritici, e é uma das primeiras doenças foliares a aparecer durante a safra, sendo de fácil identificação, pois desenvolve uma espécie de pó branco sobre folhas e colmos,conforme a pesquisadora da Embrapa Trigo, Leila Maria Costamilan.

Ela explica que a donça ocorre em todas as regiões tritícolas do mundo, especialmente de clima temperado. No Brasil, pode ser encontrada em toda a Região Sul e em lavouras irrigadas ou em áreas de altitude nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste. “Em Passo Fundo (RS, há registros de reduções entre 10% e 62% no rendimento de grãos, porém, na média de anos normais de ocorrência da doença, os danos alcançam de 5% a 8%. Quando ocorre cedo, a doença reduz o número de espigas por área e, mais tardiamente, diminui o número de grãos por espiga e o tamanho desses grãos”, completa .

A doença se desenvolve em clima de 15 a 22 graus, com umidade relativa do ar superior a 70%  e não precisa de molhameno foliar para se desenvolver. “Um ano mais seco e temperaturas mais amenas pode ser uma ano favorável à epidemias”, diz o fitopatologista da Biotrigo, Paulo Roberto Kuhnem Junior, que abordou o tema em um webinar. 

O oídio é especifico do trigo e sobrevive em plantas voluntárias na entressafra. O ciclo completo ocorre de 5 a 6 dias. Só no Brasil são 60 raças identificadas. O clima é o fator que mais interfere. Como medidas preferenciais de controle, o especialista sugere “cultivares resistentes, tratamento de sementes e pulverização de fungicida nas folhas. O método mais eficiente e barato é semear uma cultivar resistente. Como o clima é difícil de controlar o produtor tem que fazer um planejamento de manejo integrado da lavoura e isso faz a diferença em controle e produtividade”, aponta.

A Biotrigo fez um ensaio em 2019 para entender a performance do tratamento de sementes e da aplicação do defensivo na cultivar. Para isso foi usada uma cultivar de trigo moderadamente suscetível à doença.  Um dos objetivos foi verificar, justamente, o efeito do tratamento de sementes no controle de oídio em diferentes combinações de produtos. As condições climáticas foram favoráveis à doença. “Monitoramos 50 plantas e avaliamos a incidência foliar. O momento para definir a aplicação foi o limiar de dano econômico. Quando há 20% de incidência deve se fazer a aplicação porque o custo de aplicação se equipara aos danos”, define Kuhnem.

Veja o desempenho da doença em testemunha, sem e com TS (tratamento de sementes) e PA (aplicação de fungicida na parte aérea)

Em termos de produtividade. “A lucratividade observada com o tratamento de sementes com aplicação na parte aérea rendeu 12 sacas a mais do que na testemunha”, finaliza.

 

* artes Biotrigo

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