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Agroindústria na Amazônia


Emanuel Cavalcante

Na região da amazônica brasileira é bastante discutido hoje em dia a necessidade da transformação de inúmeros produtos ditos tipicamente desta região. Ou melhor para muitos estudiosos a implantação de agroindústrias nesta porção do país poderá representar uma alternativa para alavancar o processo de desenvolvimento sócio-economico da Amazônia.

Porém para viabilizar tal segmento torna-se imperativo envolver os setores públicos e privados par que juntos possam definir políticas de desenvolvimento e de promoção dos produtos da agroindústria regional junto aos principais mercados, privilegiando os pequenos e microempresários.

Por outro lado é inquestionável que a diversidade e o grande potencial de oferta de matérias primas regionais é quem tem pautado a viabilidade do desenvolvimento da agroindústria na Amazônia. Além destas vantagens, outro aspecto nem sempre considerado, é a relativa proximidade de região aos mercados da América do Norte e Europa. Acrescenta-se também que a agroindustrialização pode possibilitar a oferta de fixar o homem às áreas rurais e urbanas, possibilita a elevação de renda regional e viabiliza o aumenta de oferta de empregos. À estes argumentos, que podem ser chamados de óbvios adiciona-se que, devido ao difícil acesso à região, muitos produtos perecíveis como determinadas frutas, hortaliças, algumas oleaginosas, tubérculos, certas, certas matérias primas para corantes, pescado e algumas plantas medicinais teriam sua exportação “in natura” inviabilizada, seja pelo transporte fluvial e rodoviário precários ou pelo elevado custo do transporte aéreo.

Sem dúvida alguma a transformação destas matéria primas em produtos agroindústriais mais estáveis e duradouros, estabeleceria uma maior possibilidade de comercialização em mercados distantes, implicando em menores perdas, menor presença do intermediário e por conseguinte, uma comercialização com preços compensadores aos seus produtores.

Contudo apesar das grandes vantagens supra citadas no processo de transformação de produtos regionais, concretizar este potencial , requer a superação de importantes barreiras nos diversos níveis e exige uma participação integrada do setor político, das instituições de pesquisa, dos órgãos de fomento e extensão rural e do próprio setor privado. Algumas barreiras poderiam ser claramente identificadas e, particularizando para o Estado do Amapá, local onde desenvolvemos nossas atividades profissionais, poderíamos citar algumas de delas.

A primeira, sem dúvida, refere-se a qualidade dos produtos à serem industrializados. Produtos alimentares e similares devem possuir características de qualidade relacionadas à segurança dos consumidores. A garantia de qualidade requer uma estrutura legal, instituindo a definição de produtos, padrões de qualidade e sanções, uma estrutura institucional de apoio tecnológico e gerencial e a conscientização e mobilização do setor privado para a qualidade.

A segunda barreira diz respeito ao suprimento regular de matérias primas, tanto em termo de qualidade quanto em quantidade. Esta talvez seja um das barreiras mais importante a serem superadas, principalmente no Estado do Amapá. As matérias primas locais são pouco conhecidas do ponto de vista genético, agrícola e do seu comportamento pós-colheita. Sendo assim faz-se necessário a criação de programas de pesquisa e recursos correspondentes que permitam ampliar esse conhecimento e desenvolver ofertas de produto com regular quantidade e qualidade par dar suporte ao crescimento da atividade a médio e longo prazos. Dentro deste aspecto os trabalhos de pesquisa da Embrapa tem procurado inserir muitos produtos regionais dentro do mercado, justificando a importância deste segmento agropecuário que é a pesquisa.

Outros dois entraves importantes também devem ser vencidos: um se refere aos incentivos para sensibilizar os investimentos privados na produção agro-industrial e outro para desenvolver mercados para os produtos da região que ainda são praticamente desconhecidos. As iniciativas para superar estas barreiras estão na habilidade do trato político e, as soluções devem ser buscadas através de entendimentos entre os governos e o setor privado.

Portanto pelos aspectos levantados entendemos que a transformação de produtos regionais poderá ser uma alternativa viável para a Amazônia e em especial, para o Amapá, porém torna-se imprescindível ações sistemáticas e duradouras que se proponham a atuar no desenvolvimento agro-industrial da região.

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