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Agropecuária no Amapá e a atuação da Embrapa


Emanuel Cavalcante

É estimado que 9% das terras do Estado do Amapá estejam ocupadas com atividades agropecuárias e que 48% das propriedades são inferiores a 50 hectares com 15% das unidades produtivas possuindo áreas entre 50 a 100 hectares. .

A exploração agrícola é a atividade praticada em 65% das propriedades, o que. corresponde a 17% do total da área ocupada com o segmento da agropecuária. No Amapá, assim como na maioria dos estados da Região Norte, predomina a agricultura migratória de subsistência, com a utilização da mão-de-obra familiar e recursos financeiros próprios. A principal cultura explorada é a mandioca, sendo a de maior importância sócio-econômica para o pequeno agricultor. Outras culturas anuais como feijão, milho e arroz são exploradas em menor escala e visando somente o consumo familiar. Existem também no Amapá o cultivo de hortaliças, principalmente de espécies folhosas (alface, repolho, couve, coentro, cebolinha e salsa), cultivo de alguns tubérculos ( macaxeira e batata doce) e a exploração de pequenos pomares com culturas frutíferas como laranja, limão taiti, maracujá, mamão, banana e abacaxi, sendo estas duas últimas de grande aceitação por parte dos locais.. A pequena propriedade do Estado tem como principal característica a baixa produtividade das culturas, fruto do uso de práticas agrícolas inadequadas, reduzindo deste modo a oferta de produtos e tendo como conseqüência a elevada importação de alimentos para suprir as necessidades do mercado interno.

No Amapá, o extrativismo tanto animal como vegetal, se assemelha ao praticado em toda a Amazônia. Tem como os principais produtos o açaí (palmito e fruto), borracha, castanha-do-brasil, ervas medicinais, sementes oleaginosas, madeira e pesca. O florestamento com espécies exóticas é praticado em área de cerrado, por uma empresa privada que através de incentivos fiscais, cultiva Pinus spp. e Eucalyptus spp., objetivando a produção de celulose para exportação. O cultivo de espécies florestais nativas regionais tem como principal entrave a existência em abundância de florestas nativas, o que torna o extrativismo mais atrativo sob o ponto de vista econômico.

A exploração do gado bovino, gradativamente vem sendo substituído por bubalinos, que apresenta melhor adaptação para as condições do estado, principalmente nas grandes fazendas, ficando a criação de bovinos para os pequenos e médios produtores. A quase totalidade do rebanho bovino tem por finalidade a produção de carne, sendo pequeno o rebanho leiteiro. O sistema de criação adotado é ultra-extensivo com os animais submetidos a um regime nutricional que depende das variações estacionais das pastagens nativas. Não é utilizada a mineralização nos animais e um dos maiores problemas sanitários é a alta incidência de verminose gastrointestinal, principalmente em animais jovens. A brucelose tem sua dispersão facilitada pela água acumulada e a promiscuidade dos animais que transitam livremente de uma fazenda para outra. A criação de frangos de corte e galinhas para postura é feira de maneira bastante tímida e ocorre em granjas às proximidades da capital do Estado. A criação de galinhas e patos caipiras, apesar da pequena escala, assume importância social pois objetiva o fornecimento de carne e ovos para autosustentação das famílias.

Em função dos aspectos levantados, torna-se imperativo a necessidade de implementação de ações de pesquisa que visem um incremento em seus resultados, principalmente os relacionados a geração de tecnologia de proteção ambiental, produção agropecuária, processamento e preservação de produtos, condicionados a um maior conhecimento sobre os recursos naturais e dos aspectos sócio-econômico do Estado. Dentro desta ótica a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vêm procurando no Amapá oferecer alternativas tecnológicas que acompanhem as transformações inerentes ao processo de modernização da sociedade e contribuir para solucionar problemas que tem afetado o progresso da agropecuária local. A empresa busca também atingir o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente, com a melhoria da qualidade de vida almejada pela sociedade.

Ao longo dos anos a Embrapa tem acompanhado as transformações inerentes ao processo de modernização da sociedade e contribuído para efetiva-lo. No Amapá esta empresa de pesquisa tem sempre procurado adequar os seu trabalhos à realidade de seu ambiente externo. Os resultados obtidos até o momento podem contribuir de maneira significativa para se iniciar um processo de desenvolvimento do setor agrícola do Amapá. As informações tecnológicas disponíveis e serviços colocados à disposição dos usuários ou clientes são comprovadamente importantes para os sistemas produtivos do Estado. A Embrapa tem atuado na linhas de pesquisa com culturas alimentares (arroz, , milho, feijão mandioca e hortaliças), fruticultura tropical, manejo de pastagem, manejo e conservação de solos (incluindo cerrado), nutrição animal e sistemas agroflorestais, dentre outras.

A pesquisa da Embrapa no Estado do Amapá busca resgatar a real necessidade de gerar, adaptar e transferir conhecimentos e tecnologias para segmento agropecuário do Estado, aliado à preocupação com a melhoria da qualidade do meio ambiente e a elevação do padrão de vida da população amapaense. Para a efetivação destes princípios é imprescindível, contudo, a necessidade de implementar ações públicas locais que coloquem a pesquisa agropecuária e os seus resultados, como um dos focos principais do processo de desenvolvimento do setor agropecuário do Estado do Amapá.

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