Gabriel Colle
A contratação de empresas especializadas em aviação agrícola representa uma evolução estratégica na gestão das propriedades rurais. O modelo terceirizado reduz custos fixos, otimiza o uso de capital e assegura alto padrão técnico, ambiental e operacional nas aplicações de insumos. Ainda mais considerando fatores como a alta tecnologia embarcada nas aeronaves e a transparência do registro minucioso de cada operação – uma obrigação legal do setor, aliás.
O que garante que os insumos químicos ou biológicos chegam na medida exata em cada planta na lavoura (nem mais, nem menos). E tudo podendo ser aferido. Tendo por trás ainda o fator velocidade, de modo que a ferramenta aérea aproveita melhor a janela climática (de vento, umidade e temperatura ambiente) de cada aplicação. Neste caso, essencial para segurança ambiental.
Apesar dessa tecnologia e rol de obrigações que lhe dão transparência e segurança parecerem encarecer a ferramenta aérea, a produtividade já compensa no comparativo com os equipamentos terrestres. Sem contato físico com o solo, aviões evitam o amassamento das lavouras e reduzem perdas. Só isso já paga o serviço aéreo. E a vantagem econômica se torna maior ainda com a terceirização.
Primeiro, pela transparência e segurança: operadores de aviação agrícola são obrigados por lei a terem um pátio de descontaminação com tratamento de efluentes. Onde, ao fim de cada operação, os aviões e suas barras e bicos de pulverização são limpos e toda a água residual vai para um sistema de tratamento. Ou seja, um sistema que é obrigado só para a aviação e que não deixa ir nada vai para o meio ambiente. Fora toda a tecnologia que registra toda a operação e todos esses registros ficam à disposição de qualquer fiscalização – com cópias enviadas mensalmente ao Ministério da Agricultura.
Segundo, por uma matemática inteligente: apesar de por si só a economia de insumos e da eliminação do amassamento já pagar com folga o avião, ao se terceirizar os equipamentos entram, fazem o serviço e vão embora. Sem o produtor ter que arcar com manutenção do pulverizador depois de aplicar defensivo, adubo ou fazer semeadura.
Sem precisar manter galpões específicos para pulverizadores, sistemas de abastecimento e toda a logística de sua manutenção. E sem equipamentos imobilizados na entressafra.
Em outras palavras, converte-se um custo fixo elevado em despesa variável, ajustável à demanda e à janela de aplicação. O mesmo valendo para o quadro de profissionais certificados e que mantém o foco no núcleo essencial de sua atividade (semeadura e trato de lavouras): eles vêm e vão com o avião.