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Embrapa estuda o cerrado do Amapá


Emanuel Cavalcante

O Estado do Amapá possui uma área de 140.276 km2 que representa cerca de 1,65% da superfície do nosso Brasil. O clima do Estado é equatorial com temperatura média de 26ºC e dois tipos climáticos predominantes: Afi, que ocorre na porção central do Estado, caracterizando-se por apresentar chuvas abundantes durante todo o ano e o Ami de regime pluviométrico elevado, mas com uma estação relativamente seca, sendo este o clima predominante no Amapá..

Como na maioria das regiões tropicais, os solos do Estado são em geral de baixa fertilidade e levada acidez, sendo as classes de maior representatividade os Latossolo amarelo, Latossolo vermelho-amarelo, Podzólico vermelho-amarelo, Gley húmico e Gley pouco húmico. A cobertura vegetal pode permitir o estabelecimento das seguintes formações distintas: 1- floresta densa, sendo as mais extensas com uma área estimada de 106.422 km2, equivalente a 75,86% da área total do Estado; 2- formação pioneira ou campo inundáveis que compreende as áreas da faixa litorânea, com 17.455 km2, equivalente a 12,44% da área total do Estado; 3- faixa de contato apresentando formação vegetativa de transição entre cerrados e floresta densa, abrangendo uma área de 3.566 km2, correspondendo a 2,54% da área total do Estado; 4- cerrado, ocupando uma faixa de sedimentar terciária.

A área de cerrado do Estado Amapá ocupa uma faixa uma faixa terciária que se estende na direção norte sul, abrangendo uma área de 12.979 km2 o que corresponde a 9,25% da superfície do . Hoje grande parte desta área é explorada por uma empresa privada utilizando espécies florestais como Pinnus sp. Eucalyptus spp. O tipo climático predominante é Ami com precipitação pluviométrica anual de 2.500 mm e temperatura média anual de 26ºC. Cerca de 80% da precipitação total ocorre no período de janeiro a junho. Os solos do cerrado caracterizam-se pela baixa fertilidade, demandando o uso de fertilizantes químicos e orgânicos para o desenvolvimento da agropecuária. Em sua maioria são classificados como Latossolo amarelo diostrófico, existindo também alguns álicos.

O cerrado do Amapá abrange desde a cidade de Macapá (capital do Estado) estendendo-se na direção norte do Estado até o município de Calçoene, num percurso de 374 km. É servido por uma estrada de ferro com 200 km de extensão os quais grande parte atravessa sua própria área e pela rodovia BR 156 com cerca de 1.000 km.

Levando-se em conta os bons aspectos de infra-estrutura e a proximidade da área de produção e exportação (Porto de Santana à 23 km de Macapá) o cerrado do Amapá desponta com grande potencial para a produção agrícola, principalmente de grãos. Para esta atividade estima-se que o cerrado dispõe de 300 mil hectares para serem imediatamente utilizados, com a vantagem de serem possuidores de topografias planas. Acrescenta-se à estes fatores a proximidade do Amapá com os mercados importadores os quais permitirão uma redução nos custos dos de transporte (frete) e portanto, tornando os produtos produzidos no Estado mais competitivo no mercado internacional.

Em função do grande potencial apresentado pelas áreas de cerrado a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e mais propriamente a sua unidade localizada no Amapá ( Embrapa Amapá) tem buscado oferecer alternativas de exploração destas áreas, até então consideradas impróprias um com pouca vocação para o desenvolvimento da agropecuária loccal.

As pesquisas da Embrapa no estado do Amapá, especificamente em cerrado, tem mostrado ser possível incorpora-lo ao setor produtivo agrícola tornado-se uma grande opção de desenvolvimento local. Os resultados conseguidos pela Embrapa sinalizam para a grande viabilidade de produção de grãos, incluindo entre eles a soja e algumas espécies de fruteiras tropicais de grande interesse econômico. Mostra também o bom comportamento produtivo de espécies forrageiras e leguminosas que possam contribuir para a melhoria do estado nutricional de animais criados neste ecossistema e ainda evidencia a grande possibilidade de implantação de florestas com espécies nativas e/ou exóticas de boa adaptação às condições de cerrado.

Portanto, os trabalhos da Embrapa tem mostrado que, produzir nas áreas de cerrado do Estado do Amapá torna-se uma atividade factível. Porém tem que haver sempre uma busca incessante por novos conhecimentos e informações de maneira a incorporar as áreas de cerrado ao processo de desenvolvimento do setor agropecuário do Estado do Amapá.

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