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Investir em pecuária de ciclo curto remunera pecuarista


Guilherme Augusto Vieira

Investimentos em tecnologia na pecuária rendem recompensas para produtores focados em produção de animais precoces

 

Guilherme Augusto Vieira[1]

Almancio Camargo[2]

 

Historicamente nos meses de setembro, o preço do boi gordo apresenta tendências de alta devido a escassez de boi gordo no mercado. Entretanto, segundo análises dos veículos especializados, a fraca demanda interna e outros fatores conjunturais como a entrada do boi em confinamento tem mantido o preço estável até com tendência de baixa.

Por sua vez, a exportações brasileiras de carne bovina in natura estão em ritmo forte neste mês de setembro de 2025, sustentando a cotação do “Boi-China”, embora ocorra uma oscilação do seu ágio, semana a semana.

Frigoríficos, com escalas confortáveis, preservam preços elevados para lotes de Boi China destinados ao exterior, oferecendo bônus de R$ 5 a R$ 15 por arroba (dependendo da demanda) aos pecuaristas que adotam práticas de produção avançadas e animais que atendam os requisitos de exportação para a China.

Contextualizando, o prof. Guilherme escreveu um artigo[3] sobre o Boi China, no qual define: O termo Boi China refere-se aos padrões estabelecidos pelos importadores chineses para aquisição da carne brasileira. Dentre estes critérios, o animal abatido tem que ser jovem (precoce), com a idade máxima de 30 (trinta) meses no momento do abate, possuir quatro dentes incisivos permanentes e atingir o peso de carcaça 18 arrobas.

Logo, avaliando o conceito de “boi china” , para atingir os objetivos produtivos o pecuarista tem “sair” da pecuária tradicional, adotar os processos da pecuária de ciclo curto, investir em tecnologias de produção, mudar os padrões produtivos para produção intensiva e semi-intensiva (semiconfinamento,RIP, TIP e confinamento).

A pecuária de ciclo curto gera benefícios que tornam o sistema mais eficiente como: melhor qualidade de carne produzida, menor ciclo de produção, maior produção por área e maior giro de capital.

Em alguns locais no Brasil, os frigoríficos, em negociação com os produtores, tornaram os critérios do Boi China como padrões de mercado.

A bonificação proposta para aquisição do Boi China torna-se um estímulo para a melhoria do padrão produtivo da pecuária de corte  e a melhor remuneração do pecuarista.

 

 

 

 

[1] Médico Veterinário, Doutor em História das Ciências, autor dos Manuais Semiconfinamento e Confinamento, atualmente é gestor da Plataforma www.semiconfinamento.com.br. Conteudista do Giro do Boi Canal Rural , Agrolink , Presente Rural, Folha Agrícolacontato com om o autor: [email protected]

 

[2] Alessandro Mancio de Camargo (“Almancio”) é Doutor em Tecnologias Digitais aplicadas ao Agro ("agtechs") pela PUC-SP, Professor e pesquisador em nível de Pós-graduação das boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Especialista em jornalismo científico, atua com ênfase em extensão rural (FAS, na sigla em inglês). Contatos: https://twitter.com/almancio

[3] Conheça mais sobre o Boi China: https://www.pecsite.com.br/producao-do-boi-china-exige-mudancas-nos-processos-produtivos-da-pecuaria-brasileira/

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