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Sensores de irrigação


Decio Luiz Gazzoni
As plantas sofrem com excesso ou falta de água. A Embrapa desenvolveu dois tipos de sensores para determinar a umidade do solo em grandes lavouras, em hortas, jardins ou vasos, que fornecem informações para calcular a quantidade de água que as plantas efetivamente precisam, e quando há necessidade de irrigá-las. Estes sensores operam sem necessidade de energia elétrica, servem para qualquer tipo de cultura e funcionam em todas as regiões do país.

O primeiro tipo, chamado de diédrico, com versões fixa e portátil, é formado por duas placas. Pode ser uma de vidro e outra de cerâmica; ambas de vidro ou ambas de cerâmica. O equipamento funciona como um termômetro que, em vez de temperatura, mede a tensão da água no solo, ou seja, a força com que a umidade é retida no solo. Quanto maior esta força, menos água está disponível para as plantas, permitindo calcular a necessidade de água de irrigação.
O sensor fixo com haste porosa possibilita leituras até 60 cm de profundidade, e é indicado para grandes lavouras. A versão portátil, de base cerâmica e sem haste porosa, é usada na superfície do solo, em estufas, jardins ou vasos. O instrumento é pequeno; cabe na palma da mão, não usa bateria, e efetua a leitura em menos de um minuto.
O outro tipo, batizado de sensor IG, foi desenvolvido em três versões. A primeira é adaptada a um irrigador comercial, controlando a rega automática. A segunda adapta-se a um regador doméstico automático, e é formado por um bloco de cerâmica poroso, contendo esferas de vidro em seu interior. O diâmetro das esferas de vidro determina a faixa de umidade do solo, medida em uma escala de tensão ou força com que a água está retida. A terceira versão é o IG Dual para leitura em duas profundidades. O aparelho é destinado para instalação vertical no solo, nas profundidades de 30 e 60 cm.

Os sensores chegarão ao mercado a preços acessíveis, entre R$ 10 e R$ 150. Sua ampla utilização permitirá grande economia de água, preparando o país e a sociedade para um futuro em que uso racional de água não se restringirá às crises de falta de chuva, mas será parte da nossa rotina diária.
 
O autor é Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Embrapa Soja.

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