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Cultivares de feijão fradinho para o Amapá


Emanuel Cavalcante
O feijão fradinho conhecido também entre outros nomes por feijão macassar, feijão miúdo, feijão de corda, feijão da praia, feijão de metro, feijão caupi ou caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp) é uma leguminosa, amplamente adaptada às regiões tropicais úmidas, dotada de alto conteúdo protéico utilizada na alimentação humana, sendo também bem adaptada às regiões subtropicais. Em levantamento recente é estimado que a produção mundial de caupi esteja em torno de 2,2 milhões de toneladas colhidas em sete milhões de hectares. Aproximadamente 70% da produção está concentrada em três países tropicais: Nigéria, Brasil e Niger. São produtores também alguns países da África, Ásia, Oriente Médio, América do Sul, América Central e América do Norte. A produtividade média é considerada baixa, sendo 250 kg/ha a 300 kg/ha na África, 400 kg/ha a 500 kg/ha na América Latina e Ásia e 600 kg/ha a 800 kg/ha nos Estados Unidos. Os rendimentos do caupi nas grandes zonas ecológicas do nordeste do Brasil, tradicionalmente a maior produtora do país, chegam a 450kg/ha (mata), 400 kg/ha (agreste) e 280kg/ha (sertão). Porém com a utilização de cultivares melhoradas obtêm-se produtividade entre 1.000kg/ha e 1.300 kg/ha. Apesar de predominantemente produzido na região nordeste a expansão da cultura vem ocorrendo também na região norte, sendo o Estado do Pará o maior produtor, onde é sugerido que o Estado contribui com cerca de 50% da produção nacional. Levando-se em conta o potencial do caupi em substituir o “feijão comum-
Phaseolus vulgaris” tanto sob a ótica do consumo como da produção, surge a demanda de se implementar trabalho de pesquisa com a leguminosa, com finalidade de obter de maiores informações sobre o comportamento agronômico da cultura nos diversos estados da região. No Estado do Amapá não se dispõe de dados precisos sobre o que o caupi representa para o agricultor e para a economia do Estado, porém é visível o baixo nível de produtividade obtido pela cultura. Plantios eminentemente de subsistência e a falta de utilização de insumos modernos, principalmente de sementes melhoradas, são fatores que contribuem de maneira decisiva para a causa deste fraco desempenho. Dentro deste contexto a Embrapa Amapá vem conduzindo inúmeros ensaios de avaliação com vistas a identificar e recomendar genótipos de elevado potencial produtivo, resistentes a pragas e doenças e de boa aceitação comercial. Os trabalhos foram realizados em condição de sequeiro e área de mata no município de Mazagão. Este município situa-se a 0º 7’ de latitude Sul, 51º 17’ de longitude Oeste e 15m de altitude. De acordo com a classificação de Köppen o clima da região é do tipo Ami, com precipitação média anual de 2.300mm com período chuvoso que se inicia no final de dezembro ou início de janeiro e termina em junho. Os meses de menor precipitação pluviométrica são outubro e novembro. A temperatura média anual é de 27º C e a umidade relativa do ar pouco acima de 80%. O solo é do tipo Latossolo amarelo de baixa fertilidade natural e textura média. As adubações foram realizadas simultaneamente no plantio e ocorreram entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de junho. As dosagens de fertilizantes variaram entre 60 kg/ha a 80 kg/ha de P205 (superfosfato triplo) e 40 kg/ha a 80 kg/ha de K20 ( cloreto de potássio). O espaçamento utilizado foi de 0,80m entre fileiras e 0,40m dentro das fileiras, com o semeio de três sementes e manutenção de duas plantas por cova após o desbaste. Foram avaliados pouco mais de cem genótipos sendo que na relação abaixo cita-se apenas cinco, por terem apresentado uma boa estabilidade de produção e outras características agronômicas desejáveis. Cultivar Ensaios (n.º) FloraçãoInicial(dias) MaturaçãoInicial (dias) Cor dos grãos Tipo de planta (porte) Peso(g) de 100 grãos RendimentoMédio (kg/ha) BR9-Longá 5 43 63 marrom se 18 907 40 Dias 4 43 72 marrom se 13 1.062 Vita 7 3 46 71 bege se 15 847 Stº. Inácio 3 43 72 s. verde r 17 980 BR1-Poty 4 45 80 marrom r 15 857 se= semi enramadora r = ramadora Apesar destas cultivares apresentarem bom desempenho produtivo em relação a média de produtividade do Estado do Amapá, que está em torno de 220 kg/ha, mostraram na coloração dos grãos, uma característica que não é a preferida pelos produtores e consumidores locais. Desta forma como a preferência no Amapá e por cultivares de caupi tegumento branco, as pesquisas da Embrapa estão sendo redirecionadas para genótipos com esta característica.
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