O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) é uma gramínea que tem como centro de origem a África e parte da Ásia. Apesar de ser uma cultura muito antiga, somente a partir do fim do século passado é que teve um grande desenvolvimento em muitas regiões agrícolas do mundo.
O sorgo forrageiro sob garantia de uso de cultivares de elevada qualidade e produtividade, pode se transformar numa cultura de grande expressão para a produção animal, pelas características seguintes: elevado potencial de produção, reconhecida qualificação como fonte de energia para arraçoamento animal (presta-se para feno, silagem e pastejo direto). A qualidade levemente inferior de sua silagem, relativamente à do milho, é de certa forma compensada pela maior produção de massa verde.
Hoje o sorgo forrageiro já dispõe de certa tradição e está bastante disseminado em certos estados da região sul e sudeste, sendo utilizado principalmente como alimento de animais na pecuária leiteira. Além de sua utilização na forma de grão e colmo, após a colheita, tem-se a rebrota da planta que poderá servir como forragem ao rebanho.
No Estado do Amapá o cultivo do sorgo é desconhecido por parte dos agricultores e pecuaristas, porém devido a sua grande adaptação a diversos tipos de clima e solo, optou-se no Estado em se realizar testes iniciais com a cultura. Sendo assim, a Embrapa Amapá buscou criar alternativas de produção de forragem para o gado leiteiro, avaliando o comportamento produtivo desta gramínea no ecossistema de várzea do estado.
Informações agrotécnicas
Devido a falta de maquinários apropriados para o preparo da área de várzea e em função de suas características peculiares como, umidade freqüente, as operações do preparo de solo foram realizadas de forma manual, constando de roçagem da vegetação arbustiva seguido de queima. Os trabalhos foram realizados durante o mês de novembro, contudo, em condições climáticas normais, o mesmo poderá se estender até no máximo, a segunda quinzena de dezembro. Se o sorgo for plantado em sucessão à outra cultura de ciclo curto, por exemplo arroz ou milho, o preparo constará da roçagem do restos culturais destas espécies e queima, sendo a tarefa realizado no início do mês de agosto. A semeadura ocorreu no mês de dezembro, porém as condições ambientais das várzea pode permitir que a semeadura ocorre também durante a segunda quinzena do mês de agosto.
Os sulcos de plantio foram distanciados de 0,70 metros e tiveram uma profundidade entre 3 cm a 4 cm, utilizando-se uma distribuição de sementes de maneira uniforme para se obter um densidade de doze plantas por metro linear. A semeadura foi realizada de forma manual.
Em função da várzea do Amapá ser dotada, geralmente, de boa fertilidade natural não foi utilizada adubação química ou correção de solo. A cultura foi sempre mantida livre de plantas daninhas e por ocasião das capinas, num total de três, realizou-se a amontoa
As plantas foram cortadas a uma altura entre 10 cm a 15 cm da superfície do solo, quando se encontravam na fase chamada de “grão leitoso”..
A cultivar de melhor comportamento produtivo foi a IPA 467, que no primeiro e segundo cortes apresentou uma altura média de plantas de 2,83 metros e 2,57 metros, com produção de massa verde de 41.134 kg/ha e 31.578 kg/ha, respectivamente.
N ecossistema de várzea do Amapá não foi verificado o ataque de pragas e a ocorrência de doenças foliares que causam danos econômicos a cultura do sorgo forrageiro.