No Brasil existe uma forte exigência para que os agricultores pratiquem uma agricultura baseada no princípio da rentabilidade e na competitividade, não somente por dever de justiça social, mas também devido ao setor agrícola em sua totalidade, possuir inestimáveis potencialidades para contribuir para a solução de grandes problemas nacionais.
O setor agrícola brasileiro jamais proporcionará uma contribuição efetiva para sanar os nossos problemas se os agricultores continuarem a praticar uma agricultura empírica e utilizando práticas que não condizem com a exploração agrícola competitiva. Entre estas práticas pode-se citar: falta de utilização de insumos, ineficiência na administração da propriedade, precariedade no processamento e conservação do produto, baixa qualidade do produto e ineficiência do processo de comercialização. Enquanto os agricultores não dispuserem de meios para corrigir tais entraves o que afeta sobremaneira o seu agronegócio, será impossível tornarem-se rentáveis e competitivos.
Que bom seria também, se os agricultores tivessem o conhecimento de que as inovações não são só tecnológicas e somente utilizadas na etapa de produção propriamente dita (dentro da porteira). É imprescindível adotar tecnologias gerencias e organizacionais em todo o elo da cadeia produtiva. É necessário inovações no processo de acesso aos insumos, na administração da propriedade , na transformação e comercialização dos produtos. A adoção destes pré-requisitos, mesmo em pequena escalam em muito contribuiria para a melhorar a eficiência da exploração da propriedade o que sem dúvida alguma, reduziria algumas causas do subdesenvolvimento no meio rural.
Uma outra questão a ser levantado para que os agricultores se tornem eficientes, rentáveis e competitivos reside no aspecto de “como fazer”. Os governos mesmo dotados de recursos (físicos, humanos e financeiros) continuam atrelados a um modelo arcaico de desenvolvimento agropecuário o que leva a uma falta de oferta dos fatores de modernização do empreendimento agrícola. Desta forma a urgência de tecnificar e modernizar a agricultura para aumentar a produção e produtividade dos agricultores está fortemente dependente da disponibilidade dos fatores de modernização, como: insumos, materiais de alto potencial genético, equipamentos, garantia oficial de preço e comercialização, linhas de crédito etc.
No nosso país como existe a eloquência para que os agricultores se modernizem e pratiquem uma agricultura competitiva faz-se necessário que no mínimo, os governos proporcionem ao homem do campo os conhecimentos básicos (tecnologia e capacitação) para que eles possa desenvolver-se de maneira que não ocorra sua dependência das decisões emanadas dos governantes. Se assim ocorresse estaríamos dando um passo importante para estabelecer o princípio da equidade no meio rural. Se pelo menos não diminuir a dependência do agricultor em relação as decisões do Estado, o crescimento com equidade continuará sendo o que tem sido até o momento, ou seja um simples postulado de boas intenções. A perdurar o modelo de desenvolvimento agropecuário vigente continuaremos com ausência de oportunidades de uso de conhecimentos mais modernos e como conseqüência colocando à margem a grande maioria dos agricultores de se tornarem rentáveis e competitivos.
A equidade e desenvolvimento, só poderá existir se colocar-mos à disposição dos agricultores, alternativas de modernização de baixo custo e que seja compatíveis com os recursos que eles realmente possuem, sem a necessidade de recorrer a fatores externos. O principal fator de produção será o conhecimento adequado e não tanto o recurso abundante. Terão mais possibilidades de serem rentáveis e competitivos os agricultores que saibam solucionar os seus problemas e tirar proveito das oportunidades de desenvolvimento existentes em suas próprias propriedades.