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Limão Tahiti e Coqueiro: um consórcio viável


Emanuel Cavalcante

Na literatura estrangeira o consórcio de culturas é conhecida como “intercropping” e, pode ser definida como sendo o cultivo de duas ou mais culturas numa mesma área. Por definição, as duas culturas não são necessariamente semeadas ao mesmo tempo e o momento da colheita pode ser bem diferente, mas é necessário que elas sejam simultâneas por um período de crescimento (Willey 1979).

O cultivo consorciado de culturas é uma prática que ao longo dos anos tem se tornado uma opção bastante viável, objetivando se tirar maior proveito dos fatores de produção, além de poder permitir enumerar algumas vantagens em relação ao sistema de exploração em monocultivo. Entre as vantagens pode ser citado melhor eventual proteção contra a ocorrência de doenças, pragas e plantas daninhas, maior produção de alimentos por área, estabilidade de rendimento e melhor controle de erosão. Além das vantagens comparativas dos cultivos consorciados em relação a prática do monocultivo, o uso de fruteiras permanentes, neste tipo de exploração tende a fixar o produtor em sua propriedade evitando que o mesmo proceda a derrubada de novas áreas de floresta.

No Estado do Amapá, pela característica da exploração agrícola que é feita na totalidade do pequeno produtor, a ênfase a adoção do consórcio de culturas tem se tornado uma atividade bastante difundida. Também é tida com uma das fortes opções de se fixar o homem à terra, possibilitando explorar sua propriedade visando agregar valores a sua produção através de pequenas agroindústrias.

A Embrapa Amapá tem buscado através de estudos de cultivos consorciados com fruteiras levar ao produtor informações que oriente a sua exploração agrícola de modo a torná-la uma atividade rentável e lucrativa, tendo em seus trabalhos preocupação com as questões ambientais.

Como no Amapá a totalidade da exploração agrícola é realizada em pequenas propriedades, a seguir é mostrado algumas informações básicas que nortearam o cultivo do coqueiro gigante consorciado com a cultura do limão tahiti.

Plantio do coqueiro gigante.

O coqueiro gigante deve ser plantado no início do período chuvoso que se inicia a partir da segunda quinzena de dezembro. A cova para plantio deve ser feita pelo menos trinta dias antes do plantio e ter a dimensão de 50 centímetros de largura (boca) e 50 centímetros de profundidade. Na cova poderá ser utilizado, por ocasião do plantio das mudas uma mistura de adubação na base de15 litros de esterco de curral ou 5 litros de cama de aviário bem curtidos, 1 kg de calcário dolomítico e 800 gramas de superfosfato triplo . O espaçamento entre fileiras de planta deve ser de 10,0 metros e entre plantas dentro da fileira utilizar 8,0 metros (10,0m x 8,0m). Trinta dias após o plantio espalhar ao redor das plantas de coqueiro uma mistura de 100 gramas de cloreto de potássio mais 150 gramas de uréia.

Plantio do limoeiro

O limoeiro também deve ser plantado no início do período chuvoso simultâneamente com o coqueiro. Realizar a abertura das covas pelo menos trinta dias antes do plantio com as dimensões de 50 centímetros de largura (boca) e 50 centímetros profundidade. Na cova utilizar uma adubação de 1kg de calcário dolomítico, 250 gramas de superfosfato triplo e 15 litros de esterco de curral ou 5 litros de cama de aviário bem curtidos. Entre trinta e cinco a quarenta e cindo dias após o plantio espalhar ao redor das plantas de limão uma mistura de 30 gramas de cloreto de potássio mais 50 gramas de uréia. O limoeiro deve ser plantado entre as fileiras do coqueiro, sempre no centro entre quatro plantas de coqueiro, o que faz com que as plantas de limão fiquem distanciadas de 10,0 metros dentro de suas próprias fileiras.

Por ocasião da abertura das covas, tanto para limoeiro como para o coqueiro, recomenda-se separar a camada mais superficial de terra preta da camada barrenta e misturar os adubos recomendados com a terra preta. Em seguida encher primeiramente a cova com a mistura de adubos e terra preta e completar com a camada barrenta.

Deve-se utilizar uma cobertura morta para as duas espécies, por exemplo palha de arroz, palha de vagem de feijão caupi, caroços de açaí curtidos etc., é uma prática que deve ser levada em consideração. Esta prática contribui para que a cultura não seja afetada drasticamente pelo período de estiagem, que via de regra no estado, se inicia no mês de agosto.

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