O Estado do Amapá localiza-se no extremo norte do Brasil, possuindo uma superfície de 143.453,7 km2, que corresponde a 2,1% do território brasileiro e 4,4% da região norte. Sua característica continental configura-se pela interação de grandes domínios geográficos – amazônico, oceânico e guianense, refletindo-se na estruturação e diversidade de seus ecossistemas e peculiaridades sócio-culturais.
Com uma fisiografia muito particular em relação às demais estados da Amazônia, o Amapá apresenta um conjunto de atributos naturais que reflete o nível de complexidade na compartimentação física de seu território, decorrente principalmente do grau de influência imposto pela conjugação dos domínios guianenses e amazônicos.
A rede drenagem de toda a região do Estado é formada por cursos d’águas de natureza e magnitude diferenciadas e se destinam, ora para o domínio atlântico, ora para o domínio amazônico. O solo, varia desde os gleyzados em áreas de domínio aluvial até os latossolos em diferentes conformações. Em geral, o teor de fertilidade dos solos é considerado de médio a baixo, com alto grau de acidez, constituindo-se uma grande limitação para a atividade agropecuária. A cobertura vegetal, fisionomicamente, corresponde a dois padrões distintos: o domínio das formações florestadas - composta por floresta densa de terra firme, floresta de várzea (aluvial) e manguezal e o domínio das formações campestres – composta pelo cerrado e campo de várzea (inundável ou aluvial).
A agricultura do Amapá sempre se ressentiu da ecassez de incentivos, bem como da falta de um plano integrado e consolidado de trabalho compatível com a realidade local. Além destes problemas, as próprias limitações de natureza física e infraestruturais impedem de forma significante o processo de produção.
O nível tecnológico empregado nas propriedades é obsoleto. As práticas de derrubada, queimada, plantio e abandono da área, empregadas há anos, continuam até hoje. Os danos ambientais só não são maiores, em decorrência da insignificativa participação da exploração agrícola na economia amapaense. Há a predominância de cultivo de espécies temporárias e, as culturas permanentes se resumem a pequenas pomares de fruteiras tropicais. Hoje porém, com o acervo de conhecimento e transferência de tecnologias estabelecidas pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o panorama agrícola no Estado sinaliza para uma melhoria no processo produção, o tem implicado num incentivo a produção de muitos gêneros de consumo interno.
A pecuária, praticada extensivamente no Amapá, não reflete em termos de produção o potencial do setor, alcançando índices em apontar um déficit de 80% no abastecimento do mercado local de carne e desprezível desempenho em termos de produção leiteira e outros derivados. É sugerido que a exploração da bubalinocultura tem contribuído para a poluição de mananciais de águas, compactação de leitos de lagos e pequenos rios e para a destruição de muitas espécies de peixes.
A pesca, surge como uma das atividades mais importantes do sistema produtivo do Estado, em função do grande potencial que possui a nível de desenvolvimento. As áreas estuárias, lacustres e litorâneas são fontes de grande diversidade de espécies de peixes e crustáceos. O processo produtivo na atividade pesqueira é o artesanal, com utilização de tecnologias simples, tanto na captura e conservação, como nas embarcações utilizadas. A pesca socialmente destaca-se como uma importante atividade, por envolver um expressivo número de pescadores e proporcionar o sustento básico de uma significativa parcela da população do Amapá.
O extrativismo vegetal no Amapá envolve uma série de produtos, com destaque por seu significado econômico e social a castanha-do-Brasil, açaí, palmito, madeira e as sementes de oleaginosas. A coleta de castanha predomina na região sul do Estado, principalmente, na área de reserva extrativista do Cajari. Os dados atuais evidenciam um comportamento oscilante na produção extrativa, típico da sazonalidade da atividade. Em decorrência da falta de integração com as atividades fixadoras das populações no meio rural, o extrativismo vegetal no Amapá, pouco tem contribuído para a melhoria dos padrões sócio-econômicos dos trabalhadores.