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Pesquisa no Amapá


Emanuel Cavalcante

No Amapá, como na grande maioria dos estados da Região Norte, a agricultura praticada é característica de subsistência com a utilização da mão-de-obra familiar, utilização de recursos financeiros próprios e ausência de praticas agrícolas modernas. A mandioca é a cultura de maior aceitação no meio rural, portanto sendo a de maior importância sócio-econômica para o agricultor amapaense. Demais culturas anuais como feijão, milho e arroz são cultivados em menor escala visando somente o autoconsumo. Os cultivos de hortaliças estão baseados em espécies folhosos e em alguns tubérculos. Ocorrem no Amapá a exploração de pequenos pomares com culturas frutíferas como laranja, limão tahiti, maracujá, mamão, banana e abacaxi, sendo estas duas últimas de grande aceitação por parte dos produtores locais. A pequena produção do Estado e a baixa produtividade das culturas reduzem a oferta de produtos e, como conseqüência existe uma elevada importação de alimentos para suprir as necessidades do mercado interno.

No aspecto de pecuária pode-se dizer que o rebanho bovino, gradativamente vem sendo substituído por bubalinos, que apresenta melhor adaptação para as condições do Estado, principalmente nas grandes fazendas, ficando a criação de bovinos para os pequenos e médios produtores. A quase totalidade do rebanho bovino tem por finalidade a produção de carne, sendo pequeno o rebanho leiteiro. O sistema de criação adotado é ultra-extensivo com os animais submetidos a um regime nutricional que depende das variações estacionais das pastagens nativas. A brucelose tem sua dispersão facilitada pela água acumulada e a promiscuidade dos animais que transitam livremente de uma fazenda para outra. A criação de frangos de corte e galinhas para postura ocorre em granjas às proximidades da capital do Estado. A criação de galinhas e patos caipiras, apesar da pequena escala, assume importância social pois objetiva o fornecimento de carne e ovos para autosustentação das famílias.

No Amapá, em função de sua grande biodiversidade ocorre uma forte pressão por exploração de produtos nativos. Sendo assim extrativismo praticado no Estado, tanto animal como vegetal, se assemelha ao praticado em toda a Amazônia. Tem como os principais produtos o açaí (palmito e fruto), borracha, castanha-do-brasil, ervas medicinais, sementes oleaginosas, madeira e pesca. O florestamento com espécies exóticas é praticado em área de cerrado, por uma empresa privada que através de incentivos fiscais, cultiva Pinus spp. e Eucalyptus spp., objetivando a produção de celulose para exportação. O cultivo de espécies florestais nativas regionais tem como principal entrave a existência em abundância de florestas nativas, o que torna o extrativismo mais atrativo sob o ponto de vista econômico.

Pelos aspectos acima abordados sobre a agropecuária amapaense torna-se imperativo a necessidade de implementação de ações de pesquisa que visem um incremento em seus resultados, principalmente os relacionados a geração de tecnologia de proteção ambiental, produção agropecuária, processamento e preservação de produtos, condicionados a um maior conhecimento sobre os recursos naturais e dos aspectos sócio-econômico do Estado. Dentro deste princípio a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária vêm procurando no Amapá oferecer alternativas tecnológicas que acompanhem as transformações inerentes ao processo de modernização da sociedade e contribuir para solucionar problemas que tem afetado o progresso da agropecuária local. A empresa tem buscado também atingir o equilíbrio entre o desenvolvimento e o meio ambiente, com a melhoria da qualidade de vida almejada pela sociedade.

A Embrapa ao longo dos anos no Amapá tem sempre procurado adequar os seus trabalhos à realidade de seu ambiente externo. Os resultados obtidos até o momento podem contribuir de maneira significativa para se iniciar um processo de desenvolvimento do setor agrícola do local. As informações tecnológicas disponíveis e serviços colocados à disposição dos usuários ou clientes são comprovadamente importantes para os sistemas produtivos do Estado.

A pesquisa no Estado do Amapá tem procurado resgatar a real necessidade de gerar, adaptar e transferir conhecimentos e tecnologias para segmento agropecuário do Estado, aliado à preocupação com a melhoria da qualidade do meio ambiente e a elevação do padrão de vida da população amapaense. Contudo para a efetivação destes princípios é imprescindível à necessidade de implementar ações públicas locais que coloquem a pesquisa agropecuária e os seus resultados, como foco principal das mudanças que o setor agropecuário deseja e merece.

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