Cotações do trigo em Chicago
Os estoques finais mundiais, com isso, recuam para 279,1 milhões de toneladas, após 291,7 milhões em julho.
As cotações do trigo em Chicago, que vinham subindo durante a semana, acabaram acelerando o ritmo após o anúncio do relatório do USDA. Assim, o fechamento deste dia 12/08 ficou em US$ 7,53/bushel, contra US$ 7,12 uma semana antes. O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado nesta quinta-feira (12), acabou sendo altista em relação a este cereal. O mesmo revisou novamente para baixo a safra total dos EUA, com a mesma ficando agora estimada em 46,2 milhões de toneladas, com um recuo de 1,3 milhão sobre o indicado em julho. Já os estoques finais estadunidenses ficaram em 17 milhões de toneladas, perdendo um milhão de toneladas sobre julho. Com isso, o preço médio ao produtor dos EUA, no ano comercial 2021/22, está projetado, agora, em US$ 6,70/bushel. Quanto a produção mundial de trigo, o relatório apontou um volume de 776,9 milhões de toneladas, com um recuo de 15,5 milhões sobre o estimado em julho. Os estoques finais mundiais, com isso, recuam para 279,1 milhões de toneladas, após 291,7 milhões em julho.
A produção da Argentina continua estimada em 20,5 milhões, com exportações de 13,5 milhões de toneladas. O Brasil deverá produzir 7,7 milhões de toneladas e importar 6,5 milhões. Dito isso, enquanto as colheitas do trigo de inverno e de primavera avançam nos EUA, mesmo que com atraso no caso do produto de primavera, os embarques de trigo atingiram a 605.793 toneladas na semana encerrada em 05/08. Este volume ficou acima do esperado pelo mercado. Em todo o atual ano comercial os EUA já exportaram 4,4 milhões de toneladas, ou seja, 15% a menos do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Já no Brasil, diante de novas geadas que atingiram o sul do país, provocando certamente novas quebras de produtividade, desta vez também em alguns locais do Rio Grande do Sul, os preços do trigo se mantiveram firmes e com viés de alta. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 81,08/saco, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 88,00 e R$ 90,00/saco. Assim, os preços do grão, acompanhados pelos do farelo de trigo, se mantêm em alta no mercado nacional. No último caso, as fortes perdas na safrinha de milho está levando a um maior consumo de trigo nas rações animais. Para se ter uma ideia do movimento, em julho passado a média do preço do farelo de trigo a granel, em termos nominais, superou em 84% a do mesmo mês de 2020, enquanto o derivado ensacado subiu 78,5%. (cf. Cepea/Esalq)
Com as atuais situações climáticas no sul do país, a produção final de trigo deverá ser revisada para baixo logo adiante. A Conab, que chega a estimar uma produção total de 8,6 milhões de toneladas, nos parece, hoje, longe da realidade, embora o mercado ainda não possa quantificar o quanto de estrago houve nas lavouras tritícolas até o momento. Por exemplo, as geadas ocorridas no Paraná nestes últimos tempos pegaram de 30% a 40% das lavouras em fase reprodutiva, portanto suscetíveis ao fenômeno climático. E as geadas desta semana de agosto já prejudicaram também algumas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que, até então, tinham escapado dos efeitos negativos do fenômeno.