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Mercado do milho

As cotações do milho em Chicago subiram nesta semana


Foto: Nadia Borges

As cotações do milho em Chicago subiram nesta semana, sendo que o primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (08) em US$ 5,79/bushel, contra US$ 5,59 uma semana antes. A cotação deste dia 08/04, para o primeiro mês, foi a mais alta desde meados de julho de 2013.

O mercado aguarda o relatório de oferta e demanda do USDA, que sairá nesta sextafeira (09), o qual iremos comentar na próxima semana. Além disso, começam as atenções em torno do plantio nos EUA. Até o dia 04/04 cerca de 2% da área esperada com milho naquele país havia sido semeada, ficando dentro da média histórica para a época. Como de hábito o Texas é o Estado mais avançado, com 55% da área já semeada. Kansas está com 2%, Missouri, Carolina do Norte e o Tennessee com 1% cada um.

Por outro lado, o governo dos EUA projeta uma exportação de 67,3 milhões de toneladas de milho neste ano comercial. Porém, há preocupações com a possibilidade de a China não comprar as mesmas 24 milhões de toneladas do ano anterior em função do retorno de focos da peste suína africana e de indicativos de que os chineses estão procurando consumir outros cereais nas rações, mais baratos do que atualmente o milho.

Na semana anterior os EUA embarcaram 1,9 milhão de toneladas de milho, ficando dentro do esperado pelo mercado. Assim, neste ano comercial o país norte-americano já embarcou 35,7 milhões de toneladas, ou seja, 86% a mais do que igual momento do ano anterior. Aqui no Brasil, os preços do cereal continuaram subindo, levando o mercado a indicar que, neste momento, o produtor brasileiro deveria privilegiar a venda da soja e guardar o milho. Este raciocínio se dá pelo fato de que a tendência futura é de preços ainda mais firmes para o milho no mercado interno brasileiro, diante de uma soja que pode ver seus preços um pouco mais baixos. 

Assim, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 79,75/saco no fechamento desta semana, enquanto nas demais praças nacionais o saco de milho girou entre R$ 72,00 e R$ 95,00, dependendo da região do país, sendo que o CIF Campinas fechou em R$ 97,00/saco. Já na B3 o contrato maio iniciou a quinta-feira (08) em R$ 99,49/saco; enquanto julho estava em R$ 95,00; e setembro em R$ 89,75. A colheita de verão em volume menor e forte demanda têm mantido os preços internos do milho em elevação. Neste momento já há pouco milho disponível no mercado livre, enquanto existem muitas incertezas quanto a produtividade que a safrinha trará, diante dos problemas climáticos existentes.

Vale ainda lembrar que, além do clima, colaborou para a quebra da safra de verão o ataque da cigarrinha-do-milho em muitas regiões do país. Em Santa Catarina, por exemplo, a quebra na safra chegou a 20% do esperado, com a produção ficando ao redor de 2 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul foi o clima seco na primavera que levou a uma quebra de 50% na produção. E neste momento o mercado já está preocupado com o que poderá vir da safrinha. Analistas privados indicam uma produção de 78,3 milhões de toneladas, contra 83,9 milhões projetadas em janeiro. Isso significa uma redução de quase 7% já agora. Neste novo contexto, a produtividade média da safrinha ficaria em 91,6 sacos/hectare. (cf. Agroconsult)

No Mato Grosso, a safrinha foi semeada com 38% da área fora da janela climática ideal, fato que ocorreu, em percentuais distintos, na maioria dos Estados produtores. Além disso, se faltar chuva no Centro-Oeste e/ou ocorrer geadas precoces no Paraná, a quebra da safrinha será ainda maior. Neste momento, há projeções de clima seco para as próximas semanas junto as regiões produtoras.

Por enquanto, em ficando as coisas como estão, a safra total de milho no Brasil deverá ser de 103 a 109 milhões de toneladas, ou seja, abaixo dos volumes otimistas projetados até há poucas semanas. Apesar disso, ainda se esperam exportações ao redor de 34,3 milhões de toneladas por parte do Brasil neste ano. Diante de um consumo interno projetado em 72 milhões de toneladas, tal quadro poderá reduzir os estoques finais para menos de 10 milhões de toneladas neste ano, pressionando os preços para cima. Em termos de comercialização, a safra de verão 2020/21, no Centro-Sul brasileiro, já está 44,2% vendida, contra 34% na média histórica para esta época. Já as vendas antecipadas, na região, relativas a safrinha, atingiam a 48,8% até o dia 02/04, contra 39,4% na média histórica.

Enfim, segundo a Secex, nos 23 dias úteis de março o Brasil exportou 294.489 toneladas de milho, ficando apenas 35,8% do total exportado em fevereiro, que atingiu a 822.892 toneladas. Assim, em março foram embarcados 62,3% de tudo que foi exportado em março de 2020. Desta forma, a média diária de embarques de milho em março ficou 72% menor do que a média de fevereiro e 46,4% menor do que a média de março de 2020. O preço da tonelada exportada se elevou 27,7% no ano, se estabelecendo em US$ 248,30.

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