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Painel de abertura do 1º Congresso Bioenergia mostra que consumo de energia vai dobrar em 40 anos

Congresso reunirá especialistas e autoridades no assunto até quarta-feira (14), em Cuiabá

Congresso reunirá especialistas e autoridades no assunto até quarta-feira (14), em Cuiabá

Nos próximos quarenta anos o mundo consumirá o dobro da energia que consome atualmente, ou seja, dos atuais 17 trilhões de watts deverão ultrapassar os 30 trilhões de watts.  Os dados são do Ministério de Minas e Energia (MME) e foram apresentados pelo membro da Academia Internacional de Ciências e pesquisador da Embrapa Soja, Décio Gazzoni, na noite desta segunda-feira (12), durante a abertura do 1º Congresso de Bioenergia de Mato Grosso e 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central. O Congresso, que é promovido pelo Sistema Famato/Senar-MT e Aprosoja, reunirá especialistas e autoridades no assunto até a próxima quarta-feira (14), em Cuiabá.

Durante a palestra, o pesquisador destacou que o aumento de consumo mundial deve-se basicamente ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da população, entretanto, a eficiência energética também tem crescido sistematicamente. ?A redução no consumo de energia dos automóveis, caminhões e eletrodomésticos são exemplos dessa evolução. Estamos vivendo um momento de inversão, o que possibilita uma série de oportunidades para a produção de energias renováveis que podem ser solar, fotovoltaica, geotérmica, hidroelétrica, eólica, biocombustíveis e termoelétrica?, explicou.

Segundo Gazzoni, em 2015 o consumo mundial de energia fóssil (carvão, petróleo e gás) correspondeu a 78,3%, porém, ele ponderou que esse cenário vem se modificando. ?O gás e o petróleo, por exemplo, tem comprovadamente cerca de 50 anos para o esgotamento de suas fontes, mas levando em conta os potenciais de descoberta e a utilização de outras fontes, essa expectativa sobe para 210 e 300 anos, respectivamente. E a mudança desse cenário deve-se principalmente ao custo da energia renovável, que tem apresentado uma redução muito significativa. Em 1983, por exemplo, a energia eólica custava U$ 4,766 kw/hora e, em 2015, esse valor caiu para U$ 1.550?.

O pesquisador destacou também a existência de novos biocombustíveis - butanol, biogasolina, diesel vegetal e bioquerosene - e inovações como as microalgas e as baterias de grande autonomia. ?Para criar novas fontes de energia é necessário tecnologia em escala comercial, comoditização, infraestrutura, custo compatível e preço competitivo, políticas públicas e medidas ambientalmente e socialmente corretas?, enfatizou.

Dentro desse contexto, durante a abertura do Congresso o presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, afirmou que essa produção de energia é um dos grandes desafios inclusive para Mato Grosso, considerada uma das caras do Brasil. ?Temos vocação agropecuária e hoje somos o maior produtor de alimentos do país, mas podemos ser ainda mais competitivos. Estamos sendo desafiados a produzir energia e temos condições favoráveis para isso. O evento vem justamente para ampliar essa discussão e mostrar as possibilidade que temos?, afirmou.

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, enfatizou a importância do evento. ?O debate é importante não somente para o setor agrícola, mas para a economia do país. Iremos fazer enfrentamentos alinhados com o setor?. Já o secretário de Desenvolvimento Econômico. Ricardo Tomczyk destacou o compromisso do governo estadual. ?Queremos ouvir o setor e buscar as melhores políticas para o início dessa transformação que Mato Grosso começa a enfrentar?, garantiu. O secretário vai conduzir o painel sobre as políticas públicas para o setor que será realizado na quarta-feira.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Endrigo Dalci, essa é uma oportunidade para fomentar a industrialização no Estado. ?A Aprosoja tem trabalhado iniciativas com o governo e estamos motivados para que a criação de novas fontes de energia se torne realidade, como já está acontecendo em Lucas do Rio Verde, que terá a primeira usina pura de milho de Mato Grosso?, informou.

Também participaram da cerimônia representantes das entidades: Aprosoja Brasil, União Brasileira de Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso (Sindenergia), Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool), O evento está sendo realizado no Cenarium Rural, no Centro Político Administrativo, em Cuiabá, até quarta-feira (14).

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