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Preço do milho deve seguir firme até julho

Estoques nacionais vão se esgotando e haverá necessidade de importar


Foto: Pixabay

Os preços do milho já atingiram R$ 96,46/saca na Bolsa B3 (São Paulo) para o contrato de Maio de 2021 e tem espaço para subir mais, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. A projeção se explica, segundo os analistas, porque ainda faltam quatro (ou cinco) meses até a entrada da ‘safrinha’ e a demanda por milho continua grande, tanto no mercado interno, quanto no mercado externo.

“Os preços do milho deverão se manter elevados e até em alta e muito lucrativos, durante os próximos quatro meses, na medida em que os estoques de milho nacional forem se esgotando e houve necessidade de importar grandes volumes de trigo argentino, além do que já se importa tradicionalmente do Paraguai”, explica a equipe da TF. Confira os fatores de alta e baixa:

FATORES DE ALTA

*Atraso na colheita da soja, que deverá atrasar a entrada da safrinha. O atraso deverá ser de aproximadamente 30 dias, devendo manter os preços muito elevados até julho, talvez meados de agosto. Os embarques de milho para exportação estão previstos apenas a partir de setembro, contra agosto dos anos anteriores.

*Estoques mundiais menores: Os estoques mundiais “menos a China” recuaram cerca de 2,0 milhões de toneladas, segundo o relatório do USDA de fevereiro, razão pela qual os preços internacionais estão andando de lado, mesmo com a colheita das safras de verão do Brasil (dezembro-março) e da Argentina (abril).

*Chuvas na colheita, que podem estragar parte do que já está pronto, prejudicando a qualidade e atrasando os compromissos já assumidos, principalmente de exportação.

*Dólar em alta, apesar da pouca disponibilidade, a presença de um preço maior na exportação coloca sempre em estado de alerta os grandes compradores do cereal, que não podem correr mais riscos de desabastecimento além do que já está presente.

*Preços elevados do milho importado – Em que pese que os preços do milho importado estejam cerca de 10-12 reais/saca mais caros do que o nacional, quando este acabar não haverá outra escolha a não ser adquirir o produto no Paraguai (quando os lotes forem menores) e/ou na Argentina (quando ultrapassarem 25 mil toneladas). Preços dos principais concorrentes estão elevados – farelo de soja, farelo de trigo, o próprio trigo, que pode ser usado como ração, está caro, além dos preços do etanol e dos combustíveis. Então, não há alternativas para os compradores no primeiro semestre de 2021 a não ser elevar paulatinamente os preços do milho à medida que o mercado consumidor de carnes for absorvendo estes aumentos.

FATORES DE BAIXA

Praticamente não há fatores de baixa no milho atualmente. “Todos os indicadores apontam para cima. O único fator contrário são os preços dos ovos e do leite, setores que já estão com seus custos estrangulados, justamente pela grande elevação da matéria-prima. Contudo, estes setores aparentemente não tem força para barrar a alta de preços do milho no país, tendo que buscar alternativas a esta matéria-prima para sobreviver”, conclui a TF Agroeconômica.

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